Abril verde: crianças têm direitos e nós devemos garanti-los

Na última etapa de nossa campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, realizada sob o âmbito da parceria do Programa Crescer Aprendendo com o Condeca, vamos falar de um assunto que merece total atenção: os direitos que crianças devem acessar para que possam se desenvolver integralmente. Somos nós, adultos, quem devemos atuar para que tais direitos sejam garantidos. Por isso, escolhemos esse tema para encerrar nossa campanha, afinal, sem direitos não há justiça, dignidade e equidade.

Você sabia que no artigo 227 da Constituição Federal de 1988 está definido que a criança deve ser prioridade para a família, sociedade e Estado? São estes três entes que precisam garantir a ela o direito à vida, saúde, alimentação, ao lazer, à educação, cultura, ao respeito, à liberdade e convivência familiar e comunitária.

O fato é que ainda vemos acontecer muitas violações dos direitos das crianças assim como atos de violência, que acontecem em diferentes fases da infância e em vários ambientes, inclusive em algumas famílias.

Mas como as famílias podem garantir esses direitos?

O primeiro passo consiste em conhecê-los para depois juntarem-se a outras pessoas da comunidade para discutir as dificuldades e potencialidades que afetam a todos. Por exemplo, as famílias e suas crianças precisam ter acesso a diversos recursos, como praças, jardins, parques e outros espaços públicos limpos e seguros para brincar; ter bibliotecas, centros culturais e comunitários com atividades infantis; uma rede de saúde abrangente; creches, pré-escolas e escolas; alimentação adequada e água potável.

Por isso, as articulações entre as famílias da comunidade precisam se concentrar no acesso e na qualidade desses serviços.

Sobre o direito à saúde

Nós já abordamos este tema, durante nossa campanha, no mês de fevereiro, mas vale reforçar que a criança deve acessar o direito à saúde desde sua concepção, tendo qualidade na assistência pré-natal, que não contribui apenas para o bem-estar da mãe, mas também para o desenvolvimento saudável do bebê.

Dar condições para que toda e qualquer criança nasça em um parto humanizado e bem realizado é proporcionar igualdade de oportunidades desde o início da vida.

Sobre o direito à educação

Toda criança tem o direito de frequentar a creche e a escola para acessar e potencializar os seis direitos de aprendizagem, definidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Ela precisa conviver com outras crianças e adultos para utilizar diferentes linguagens, ampliando o conhecimento sobre si e o outro e o respeito às diferenças

A criança deve brincar em diferentes espaços, com outras crianças e com adultos, para ampliar seus conhecimentos, suas experiências, sua imaginação e criatividade.

A criança também tem de participar, com adultos e outras crianças, do planejamento da gestão da escola e das atividades que irá realizar, como escolher as brincadeiras, os materiais, aprendendo a se posicionar.

Ela precisa explorar, por exemplo, movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, histórias, elementos da natureza, para ampliar seus saberes sobre a cultura.

É importante que a criança aprenda a se expressar suas necessidades, sentimentos e opiniões por meio de diferentes linguagens.

Por fim, a criança precisa se conhecer e construir sua identidade pessoal, social e cultural para construir uma imagem positiva de si e de seus grupos sociais.

Sobre o direito à proteção

Proteger significa cuidar de forma intencional, livrando a criança de qualquer tipo de violência ou negligência. Mas, infelizmente, é comum a criança sofrer violência por parte das pessoas que convivem com ela, em especial, dos adultos. Muitas vezes, essas pessoas agem dessa forma porque acham que estão educando. Mas bater, gritar, humilhar os pequenos são formas de agressão, que têm impacto negativo na autoestima e no desenvolvimento infantil.

Também cabe à família proteger a criança de acidentes, começando no ambiente de casa. É preciso estar atento a elementos prejudiciais aos pequenos, como objetos que podem ser engolidos, líquidos coloridos e texturas diversas. À medida que o bebê cresce e se movimenta mais, os riscos de acidentes aumentam proporcionalmente.

A quem recorrer para conseguir acessar os direitos

Em primeira instância, é a prefeitura quem deve atender às demandas da comunidade, no entanto, quando isso não acontece, as famílias precisam procurar os conselhos municipais e os promotores de justiça para garantir seus direitos.

Dentre os órgãos que se dedicam à garantia de direitos está o Conselho Tutelar, a Vara da Infância, a Defensoria Pública, as secretarias de educação e de assistência social. Endereços e formas de contato com esses equipamentos públicos são encontrados no site da prefeitura. É fundamental que sejam acionados sempre que se perceber que um direito da criança está sendo violado. Só desta forma vamos cumprir o nosso dever de cuidar e proteger a criança para que tenha uma vida plena e digna.

No Crescer Aprendendo, programa implementado pela United Way Brasil (UWB), a garantia de direitos é tema das conversas e dos conteúdos compartilhados com as famílias participantes. Temos o compromisso de apoiá-las para que conheçam que direitos são esses e como acessá-los. Este é um dos propósitos que fortalecem nossa parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), financiada com o direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar, Elanco, Escola Móbile, Lear, O-I, Sanofi e 3M. Até abril de 2024, 450 famílias em situação de vulnerabilidade social, da região do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio, em São Paulo, serão beneficiadas com segurança alimentar, apoio psicológico e formação sobre temas essenciais para fortalecer o bem-estar de suas(seus) filhas(os).

Encerramos a nossa campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância com um convite à reflexão: estamos cumprindo o nosso papel de garantir os direitos de nossas crianças? Esta é a nossa missão coletiva, por isso, vamos juntos fortalecer o cuidado e a proteção às crianças para que cresçam e se tornem adultos comprometidos com uma sociedade que acolha e cuide de cada pessoa, sem deixar ninguém para trás.

GPTW divulga rankings de empresas focadas em ações para as novas gerações

Nesta quarta-feira (10), o Great Place to Work (GPTW) divulgou o ranking de Diversidade, Equidade e Inclusão e a UWB esteve presente, mais uma vez, especialmente para prestigiar e reconhecer as empresas que foram destaques em iniciativas voltadas à Primeira Infância e para a juventude periférica.

Desde 2019, a UWB é a parceira de criação do ranking Primeira Infância do GPTW, e atua como consultora para avaliar as empresas que têm políticas e práticas para apoiar seus colaboradores que são pais e mães. Para a gerente de Programas de Impacto Social da UWB, Paula Crenn, essa premiação é um passo importante para a discussão e a garantia de processos humanizados e inclusivos aos pais e comunidade.

“É uma honra chegarmos ao 5º ano da categoria de Atenção à Primeira Infância, uma parceria da UWB, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e GPTW que reconhece empresas que têm práticas ou políticas direcionadas para crianças de 0 à 6 anos,  que estão ligadas diretamente aos pais ou cuidadores, seus colaboradores ou a comunidade local. As práticas como licença parental estendida, ações de formação com os cuidados na primeira infância, apoio financeiro ou acompanhamento com especialistas, cuidados com a volta especialmente da mãe após licença maternidade, campanhas internas e apoio na melhora da educação infantil de escolas no entorno, são alguns exemplos destas ações tão importantes para apoiar o desenvolvimento infantil”, menciona Paula Crenn.

Em 2023, a UWB também foi responsável pelo lançamento da categoria Jovens-potência, para avaliar empresas que têm práticas para inclusão produtiva de jovens da comunidade periférica.

O lançamento da categoria `Melhores Empresas para Trabalhar – Jovens Potência` foi um ganho para todo o ecossistema de inclusão produtiva jovem. Através desta premiação, construída em parceria com a GPTW e toda a nossa rede, pudemos, como parceiros técnicos, avaliar 98 empresas e reconhecer 15, dando destaque para as melhores práticas em garantir a atração e a permanência de jovens de baixa renda em organizações de grande, médio e pequeno porte”, conta a gerente do Programa Juventudes Potentes, Nayara Bazzoli.

Para Nayara, esta premiação é uma forma de colocar luz no tema e incentivar para que cada vez mais empresas se responsabilizem por aprimorar suas políticas e práticas pelas juventudes. “Este foi só o começo!”, afirma.

Confira os ganhadores de cada categoria:

Atenção à Primeira Infância (Pequenas, Médias e Grandes Empresas)

1. Zurich Seguros

2. Accenture do Brasil

3. Grupo Cataratas

4. Avanade

5. Banco PAN

6. Liberty Seguros S/A

7. Eurofarma Laboratórios S/A

8. Astellas Farma Brasil Importação e Distribuição de Medicamentes Ltda.

9. Hospital Albert Einstein

10. IBM Brasil

Jovens-Potência – Pequenas Empresas (30 a 99 colaboradores)

1. BMG Seguridade

2. Agência Yooper Digital Marketing

3. Neon Comercial Reagentes Analíticos

Jovens-Potência – Médias Empresas (100 a 999 colaboradores)

1. Youx Group

2. Pague Veloz

3. Grupo Cataratas

4. Aqia Química Inovativa

5. Zurich Santander Seguros e Previdência

6. Box Print

Jovens-Potência – Grandes Empresas (acima de 1000 colaboradores)

1. Avanade

2. Accenture do Brasil

3. Sylvamo

4. Arcos Dorados

5. Dow

6. Capgemini Brasil

“É uma grande satisfação ver tantas empresas que seguem comprometidas por mais um ano em contribuir para o desenvolvimento de crianças e seus familiares, com iniciativas que vão além de expectativas relacionadas à uma gestão humanizada. Empresas como Grupo Cataratas, Avanade, Eurofarma Laboratórios, Astellas Farma Brasil e IBM Brasil, por exemplo, figuram novamente no ranking de Atenção à Primeira Infância”, celebra a diretora executiva, Gabriella Bighetti.

As empresas certificadas que participam do ranking DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão) do GPTW são submetidas a critérios específicos de classificação e respondem a questionários especiais para avaliar políticas, programas e práticas de apoio à diversidade e inclusão, e também à aplicação dessas práticas ao restante da cadeia produtiva.

Para apoiar o desenvolvimento de ações inclusivas nos ambientes corporativos, a UWB desenvolveu um guia. Clique aqui para baixá-lo.

Março roxo: por que o uso de telas pode ser prejudicial à saúde integral da criança?

Voltamos à nossa campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, realizada sob o âmbito da parceria do Programa Crescer Aprendendo com o Condeca, para tratar de um assunto que preocupa especialistas, pais e responsáveis pela criança pequena: quais os limites de uso de telas na infância? Escolhemos o tema para marcar o mês, porque as ferramentas tecnológicas estão cada dia mais presentes em nossas vidas. Saber como utilizá-las é imprescindível para fazer combinados e orientar os pequenos, sem prejuízos ao seu pleno desenvolvimento.

Menos telas e mais brincar livre. Isto mesmo! Este é nosso alerta diante da realidade que temos presenciado, com o uso excessivo das telas pelas crianças, um problema que se agravou com a pandemia da Covid-19 e que tem se tornado uma questão que precisa ser discutida, com a finalidade de prevenir possíveis impactos negativos no período de 0 a 6 anos, principalmente.

As experiências online têm ocupado o lugar do brincar na natureza, o que é um sério problema, especialmente na primeira infância, fase em que as conexões cerebrais e o desenvolvimento infantil estão em ascendência. Especialistas chamam o fenômeno da exposição excessiva de crianças a computadores, celulares e TV de intoxicação digital infantil. Segundo dados da pesquisa Tic Kids Online Brasil 2019, naquele ano, 89% da população entre 9 e 17 anos era usuária de Internet, o que correspondia a cerca de 24 milhões de crianças e adolescentes, dos quais 95% tinham no telefone celular o dispositivo de acesso à rede.

Existem alguns fatores que contribuem para o excesso de telas, dentre eles a precariedade de espaços de lazer e o aumento da violência urbana, que levam ligado a manter a criança mais tempo em casa, com pleno acesso aos meios digitais. Apontamos para a necessidade de uma mudança nesse cenário para não prejudicar o bem-estar físico e mental das crianças. Isso significa dar o exemplo. Os adultos precisam fazer combinados sobre o uso de telas, mas também devem ser os primeiros a respeitá-los para que a aceitação das crianças seja mais natural, exercendo um papel parental positivo e estabelecendo uma conexão com a criança por meio do diálogo.

Ofertar hábitos como passeios a céu aberto, brincadeiras no parque, atividades no quintal ou na área comum dos prédios são atitudes que podem ajudar a desfocar o interesse da criança pelas telas para uma prática mais saudável. Caso contrário, ela tende a vivenciar o empobrecimento das habilidades motoras, das habilidades sociais e da exploração do mundo real.

Importante que as atividades ao ar livre e as brincadeiras em casa sejam diárias, pelo menos por uma hora, com a participação dos adultos em parte delas, para que os vínculos e o afeto sejam fortalecidos, alimentando a curiosidade e a autonomia dos pequenos.

Por que as telas fazem mal à criança?

A ciência já comprovou que o uso excessivo de telas é nocivo para o desenvolvimento físico, cognitivo e comportamental da criança. Dentre os problemas que causa, destacam-se: sedentarismo, obesidade, problemas osteoarticulares, como vícios posturais e dores musculares, baixa motricidade, manifestações oculares, como síndrome do olho seco, vista cansada e miopia, problemas auditivos pela exposição a excesso de ruído, além de questões relacionadas ao aspecto emocional.

A super estimulação causada pelas telas leva também à diminuição das horas e da qualidade do sono, interfere na capacidade de aprendizagem e pode causar sonolência diurna, o que atrapalha o dia a dia na escola e nas demais atividades. Foram também detectados atrasos na linguagem, porque as crianças aprendem a falar conversando com outras pessoas – e isso não acontece com as telas.

A falta de capacidade de atenção e de habilidade de saber esperar gera impulsividade, hiperatividade, baixa tolerância às frustrações, irritabilidade e estresse, outros efeitos desse uso excessivo.

Além de tudo isso, o mundo digital é um terreno perigoso para as crianças que, sem orientação e supervisão de adultos, podem sofrer prejuízos psicológicos ocasionados pelo cyberbullying, a versão digital do bullying, assim como riscos associados à exposição a conteúdos sensíveis sexuais e de violência.

Para fazer essa supervisão, é importante que os adultos utilizem ferramentas de controle parental e conversem sempre com suas filhas e seus filhos sobre o que estão acessando nas redes.

As telas são totalmente proibidas para as crianças?

Não exatamente, porque as ferramentas tecnológicas avançam a cada dia. Não tem como negá-las, já que são úteis a diferentes propósitos. No entanto, tudo depende do quando, quanto e de que forma elas ocupam nossas vidas, especialmente a de crianças em fase de desenvolvimento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orientam que o tempo de uso de telas esteja condicionado à faixa etária da criança, para evitar prejuízos à sua saúde física e mental:

Menos de 18 meses – Nenhuma exposição às telas, a não ser para videochamadas com mães, pais, avós, por exemplo.

18 meses a 2 anos – Pouca ou nenhuma exposição a telas. Esse é um período crítico para o desenvolvimento da criança, então estimule ao máximo a interação física com outras pessoas e a sua criatividade. Se a criança for exposta a telas, escolha conteúdos educativos de qualidade e assista com ela.

3 a 5 anos – Até uma hora ao dia. Tente planejar o tempo de assistir à TV com antecedência e resista à tentação de usá-la para acalmar ou distrair a criança, que nessa idade pode interagir com os personagens. Ajude-a a entender o que está vendo e aplicar isso ao mundo real. Quando possível, encontre livros ou jogos para que os pequenos interajam com seus personagens favoritos fora da tela.

6 a 10 anos – Entre uma hora e uma hora e meia ao dia. Nessa idade a criança já está na escola, então certifique-se de que ela não tenha o hábito de ficar exposta a TV, tablet e celular até que tenha terminado as tarefas. Tente balancear o uso criativo das telas e o que foca na diversão. Certifique-se de que esses momentos não ocupem o tempo que deve ser gasto com horas de sono adequadas, atividade física e outras atividades essenciais à saúde da criança.

E lembre-se: seja o modelo de comportamento que você deseja, por isso, limite o seu uso de telas a duas horas por dia.

No Crescer Aprendendo, programa implementado pela UWB (United Way Brasil), esse tema é central nas conversas e nos conteúdos compartilhados com as famílias participantes. Temos o compromisso de apoiá-las para que cuidem de suas crianças com segurança e conhecimento do que representam as telas no dia a dia dos pequenos. Este é um dos propósitos que fortalecem nossa parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), financiada com o direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar, Elanco, Escola Móbile, Lear, O-I, Sanofi e 3M. Até abril de 2024, 450 famílias em situação de vulnerabilidade social, da região do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio, em São Paulo, serão beneficiadas com segurança alimentar, apoio psicológico e formação sobre temas essenciais, como o do uso das tecnologias, para fortalecer o bem-estar de suas(seus) filhas(os).

Encerramos o mês de março com esta reflexão: como você pode fazer a diferença no desenvolvimento infantil de filhos, netos, sobrinhos, tendo em vista a sua rotina diante das telas? Como melhorar a sua qualidade de vida presencial para ser exemplo às crianças? Vamos juntos fortalecer as novas gerações para que possam crescer saudáveis em uma sociedade próspera, capaz de acolhê-las e apoiar o seu pleno desenvolvimento!

Fevereiro Laranja: vamos garantir saúde na primeira infância para fortalecer o desenvolvimento infantil!

Neste mês da campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, realizada sob o âmbito da parceria do Programa Crescer Aprendendo com o Condeca, ressaltamos uma data importante: o Dia Mundial da Justiça Social (20 de fevereiro). Escolhemos o tema saúde para fechar o mês, porque não existirá equidade, diversidade e justiça para todas e todos se não cuidarmos do desenvolvimento saudável de cada criança nos primeiros anos de vida.

Você sabia que, em 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que saúde é um “estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”? Isso significa que ambientes complexos e realidades difíceis tendem a influenciar negativamente o desenvolvimento saudável das pessoas.

Diferentes condições de vida, conhecidas como “determinantes de saúde”, abrangem desde o histórico genético até fatores relacionados à ecologia global. Onde a pessoa nasce, cresce, estuda, trabalha e envelhece, assim como a forma em que se dá a distribuição de renda e a garantia (ou não) de direitos, são fatores-chave que impactam, também, a saúde integral de cada indivíduo.

No caso da primeira infância, onde tudo começa, cuidar da saúde das crianças tende a fortalecer os seus processos de aprendizagem e seu pleno desenvolvimento. No entanto, esse cuidado precisa ir além da boa alimentação, imunização e acesso a consultas médicas, que, sem dúvidas, são essenciais.

Saúde 360º

As diferentes dimensões da vida da criança exigem cuidados para que ela se desenvolva de maneira saudável em toda a sua existência, o que significa olhar para os aspectos físicos, mentais e sociais, proporcionando uma melhor predisposição para o aprendizado.

O cuidado da saúde na primeira infância começa no pré-natal e se segue nas visitas periódicas ao pediatra, tendo a Caderneta da Criança como a bússola para um monitoramento permanente.

Além de receber assistência de saúde de qualidade, ter acesso a todas as vacinas e à alimentação e ao sono adequados para cada idade, é imprescindível que a criança receba carinho, afeto, respeito e proteção, especialmente de adultos que são suas  referências, que fazem toda a diferença no desenvolvimento e na aprendizagem infantil.

A criança saudável também é aquela em contato constante com a natureza, estimulada a brincar. Ela também recebe orientação sobre limites e afeto e vivencia relações positivas e afetivas com seus pares e com adultos de seu convívio.

Hidratar e se alimentar bem!

A alimentação e hidratação fazem parte da manutenção da saúde infantil. Mas vão além da nutrição em si, porque envolvem o especial contato com a mãe, já no útero e durante os primeiros seis meses, com amamentação exclusiva (leite materno ou fórmula); e com outros adultos, a partir da introdução de novos alimentos, iniciada após os seis meses.

Em cada etapa do desenvolvimento infantil, se a criança receber os cuidados adequados de nutrição, questões como transtornos alimentares, recusas e excessos, dentre outras relacionadas à alimentação, poderão ser evitadas. E como tudo isso pode ser realidade na vida de crianças em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica?

É extremamente necessário o empenho de todos os envolvidos na definição de políticas públicas de primeira infância, pois nessa etapa da vida as crianças estão em pleno desenvolvimento de suas competências socioemocionais, um período em que tudo se organiza e o vínculo afetivo criado lhes dará segurança para o enfrentamento de dificuldades.

“Um dos grandes avanços em termos de políticas públicas é a implementação do Marco Legal da Primeira Infância, que visa a organização de leis estaduais e federais, possibilitando meios de vivência saudáveis a todas as crianças”, ressalta Edinete Nogueira, consultora e psicóloga do Programa Crescer Aprendendo.

O terceiro setor também é responsável pela garantia do acesso à saúde e demais direitos da criança, podendo alavancar ações de amplo e positivo impacto. Por isso, iniciativas como o Crescer Aprendendo, programa implementado pela United Way Brasil (UWB), podem fazer a diferença.

Até abril de 2024, o programa acontece por meio da parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), financiado com o direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar, Elanco, Escola Móbile, Lear Corporation, O-I, Sanofi e 3M. São 450 famílias em situação de vulnerabilidade social das regiões do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio,  localizadas em São Paulo, que são beneficiadas com segurança alimentar, apoio psicológico e formação sobre temas essenciais para fortalecer a saúde integral das crianças de 0 a 6 anos.

Por isso, encerramos o Fevereiro Laranja com um convite a você: vamos juntas(os) ampliar essa grande rede de apoio, para que as novas gerações possam crescer em uma sociedade saudável e próspera?

Como apoiar a saúde mental e emocional das mães-solo?

Para dar continuidade à campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, o Programa Crescer Aprendendo, da UWB, traz para o diálogo o tema do mês de janeiro: conscientização da saúde mental e emocional. A nossa campanha, que integra as ações da parceria do programa com o Condeca, quer focar no bem-estar de cuidadores da criança pequena, especialmente mães-solo em situação de vulnerabilidade.

A iniciativa nacional Janeiro Branco tem como objetivo alertar a população para os cuidados com a saúde mental e emocional, a partir da prevenção de doenças causadas pelo estresse, como ansiedade, depressão e pânico. Não é incomum que mães passem por situações exaustivas, especialmente aquelas que não contam com parceiras(os), nem rede de apoio para exercer a maternidade, uma jornada repleta de desafios.

Essa realidade é ainda muito mais complexa para as mães-solo da periferia, que vivem uma situação de vulnerabilidade não só econômica, mas também apresentam um aspecto emocional fragilizado que impacta negativamente a saúde mental.

A escassez de recursos básicos, emprego instável, moradia insalubre, ambientes violentos são rotina na vida de muitas delas, que se sentem permanentemente ameaçadas e sem condições de proteger seus filhos.

A inexistência de uma rede de apoio sólida acaba deixando essas mães emocionalmente isoladas, sem o suporte necessário para garantir bem-estar às crianças. Além disso, muitas delas, que vivem nessas condições, são vítimas de preconceito e do julgamento social, que as excluem de espaços e oportunidades. Perder o emprego ao voltar de licença-maternidade ou não ser contratada porque têm filhos ou, ainda, porque moram “longe”, são situações comuns vivenciadas por parte   dessas mulheres.

Outro aspecto que fragiliza a saúde mental (e física) das mães é manter o equilíbrio entre as atividades que têm de exercer no trabalho, na maternidade e na rotina da casa.

Todos esses aspectos levam à insegurança, ansiedade e ao medo frequentes , gerando  impacto na autoestima,  e intensificado a presença de sentimentos negativos que podem causar depressão, crises de pânico e outras doenças.

A falta de acesso a serviços de saúde na periferia também é uma questão crítica para elas, que não recebem informações sobre os cuidados e a importância de preservar a saúde mental, o que acaba por perpetuar o ciclo do sofrimento silencioso.

Por isso, é urgente estruturar mecanismos e oferecer ferramentas de apoio às mães-solo que criam seus filhos nas regiões mais vulneráveis.

COMO GARANTIR MAIS SAÚDE MENTAL E EMOCIONAL ÀS MÃES-SOLO?

Para fortalecer a saúde das mulheres em situação de vulnerabilidade são essenciais políticas públicas e uma atuação efetiva do sistema de cuidado e proteção. Garantir acesso à informação, aos meios de prevenção e recursos para tratamento de doenças emocionais são algumas formas de proporcionar bem-estar para elas e, consequentemente, para os filhos que estão sob seus cuidados.

A atuação das organizações sociais também se mostra essencial para que mães recebam suporte para si e suas crianças. É por isso que a UWB executa, nos territórios periféricos, o Programa Crescer Aprendendo.

A metodologia prevê uma curadoria de conteúdos elaborados por educadores, psicólogos e nutricionistas que compõem formações presenciais e on-line com foco nas famílias, especialmente nas mães-solo. As participantes também recebem apoio psicológico, em um espaço de escuta qualificada para as dores e angústias vivenciadas em seu cotidiano, além da possibilidade de garantia de  segurança alimentar para as crianças. O programa orienta as mães a frequentarem os equipamentos públicos e buscar seus direitos, ajudando-as a encontrar serviços que atendam às suas necessidades.

Uma rede de apoio é construída com as beneficiárias do programa, por meio de grupos no WhatsApp, permitindo a troca de experiências, de informações e a identificação de situações mais complexas que necessitem da intervenção de profissionais.

Essas ações ajudam as mulheres que criam seus filhos sozinhas a lidar com a insegurança, com os medos e as dificuldades, aliviando tensões e pressões que o exercício da maternidade, em ambientes desfavoráveis, acaba por gerar.

Atualmente, e até abril de 2024, o Programa Crescer Aprendendo acontece por meio da parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), cujo financiamento é feito pelo direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar Inc., Elanco, Escola Móbile, Lear Corporation, O-I, Sanofi e 3M. A iniciativa tem beneficiado 450 famílias da região do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio, em São Paulo, para incentivar a aprendizagem, a convivência familiar e comunitária cada vez mais saudáveis e seguras.

Na campanha Janeiro Branco de 2024, cujo slogan é “Saúde Mental, enquanto há tempo”, reforçamos o nosso compromisso com o desenvolvimento integral das crianças brasileiras, que também depende de mais bem-estar para suas mães e seus cuidadores. Vamos juntas(os) fortalecer essa grande rede de apoio para que a primeira infância possa crescer em uma sociedade mais digna e saudável.

#VamosJuntos #SaúdeMental #FormaçãoParental #UWB

Juventudes Potentes: nova narrativa quer multiplicar a agenda urgente da inclusão produtiva de jovens

Para aproximar cada vez mais os diferentes atores da causa da inclusão produtiva de jovens-potência, colocando as juventudes no centro dessa questão, o GOYN SP passa a se chamar Juventudes Potentes 🎉. O nome é novo, mas continuamos integrando o movimento The Global Opportunity Youth Network, liderado pelo Instituto Aspen, sendo articulados, em São Paulo, pela UWB. Nossa missão e nossos objetivos permanecem os mesmos, com muitos avanços para fortalecer essa agenda. 

A mudança de nome foi fruto de muitas reuniões e diálogos com jovens e nossa equipe. Percebemos que GOYN SP não refletia nossa brasilidade e não se identificava com as juventudes periféricas que buscamos alcançar. Por isso, decidimos, de forma coletiva, adotar Juventudes Potentes para o programa, em São Paulo.

Acreditamos que essa mudança trará mais clareza e estabelecerá uma conexão direta com juventudes historicamente excluídas de oportunidades dignas de formação e trabalho. Queremos que todas(os) se sintam representadas(os) e valorizadas(os). Você, jovem paulistano, é foco de nosso trabalho e razão de nossa existência!

Embora o nome tenha mudado, tudo mais continuará como antes: a UWB é a organização articuladora do movimento em São Paulo; todo nosso trabalho em rede seguirá o propósito de engajar mais jovens, empresas e instituições nessa causa vital para o enfrentamento das desigualdades sociais. Nossa meta ambiciosa, de incluir produtivamente 100 mil jovens-potência da cidade até 2030, continua firme. Para isso, contamos com a sua colaboração!

Além disso, todos os nossos materiais e canais de comunicação serão atualizados para evidenciar o novo nome. Também faremos a comunicação dessa mudança em nossas redes. Se puder nos apoiar nessa divulgação, agradecemos muito!

Seguimos em frente, com muita motivação e certos de que, juntos, vamos avançar cada vez mais para que Juventudes Potentes seja uma marca forte, transformadora e uma ponte que une diferentes atores em torno de um mesmo propósito. 

#Empresas&JuventudesPotentes: espaço para dialogar sobre a causa

Estamos animados e determinados a seguir em frente para construir uma marca forte e transformadora. Por isso, vamos dedicar uma editoria especial nas nossas redes para compartilhar desafios e conquistas coletivas do Juventudes Potentes. No #Empresas&JuventudesPotentes teremos espaço para dialogar sobre diferentes temas relacionados à inclusão produtiva, reunindo diversos atores em torno do mesmo propósito de promover um futuro mais inclusivo e sustentável. Por isso, não perca nossas postagens. Fique por dentro de nossas ações e dê a sua contribuição para os avanços dessa causa. Curta, comente e compartilhe!

Agradecemos a todas(os) que têm nos apoiado e convidamos você a se juntar a nossa rede, numa jornada emocionante e transformadora. Juntos, vamos superar desafios e criar oportunidades reais para as Juventudes Potentes 💪

UWB e Kyndryl levam o programa “Vamos Aprender STEM” a escolas públicas do interior de São Paulo

“Vamos aprender STEM” 

Em um projeto inédito e inovador, a UWB estreia sua parceria com a Kyndryl, empresa de tecnologia voltada à segurança cibernética para grandes corporações, que nasceu da IBM, no final de 2021. 

A iniciativa irá levar uma experiência em STEM (metodologia de ensino “mão na massa”, baseada em ciência, tecnologia, engenharia e matemática) para 1.120 estudantes e professores do Ensino Médio, de escolas públicas de Valinhos e Hortolândia, no Estado de São Paulo. Além das ciências exatas, a experiência STEM também desenvolve habilidades 4.0 (conhecidas como socioemocionais) e competências digitais, pois demanda dos alunos e professores o trabalho em  grupos para identificar e resolver desafios reais da escola e da comunidade, a partir de ferramentas de STEM.

Também foram doados 115 kits de robótica às escolas a fim de que os estudantes tenham uma boa infraestrutura para desenvolver seus projetos. Além de prepará-los para as profissões de futuro, a iniciativa irá conectá-los com mais de 300 voluntários da Kyndryl em sessões de mentorias virtuais e aulas temáticas para apoiá-los no desenvolvimento dos projetos. Os professores de matérias correlacionadas à tecnologia das escolas participantes também serão capacitados por um time especializado em STEM. 

Foi dada a largada!

Em abril, durante uma semana, as três escolas parceiras, localizadas na periferia dos municípios de Valinhos e Hortolândia, foram apresentadas ao projeto, com palestras de abertura para alunos e capacitação para professores. 

Os representantes dos 640 alunos da E.E. Adoniran Barbosa (Valinhos), dos 520 alunos da E.E. La Fortezza, e dos 180 alunos da E.E. Paulina Rosa (ambas em Hortolândia) participaram de uma palestra sobre novas tecnologias e as profissões de futuro, feita pelo time do professor Miguel da Hora e por colaboradores voluntários da Kyndryl. Os professores receberam capacitação sobre a utilização dos kits de robótica e a metodologia STEM, como forma de oferecer um embasamento teórico para apoiar a aprendizagem dos alunos. 

Processo de construção
Os alunos terão seis semanas para desenvolver seus projetos, sendo que os criadores das 15 soluções mais bem avaliadas serão convidados para um hackathon presencial no final de junho. Os três grupos finalistas farão uma visita à sede da Kyndryl, localizada nas proximidades das escolas participantes. Por meio do “Vamos Aprender STEM”, também se pretende abrir as portas da empresa para a inclusão produtiva de jovens que se destacarem nessa ação. 

A importância do projeto para o mercado de trabalho

Com os avanços da tecnologia, o mercado de trabalho tem vivenciado a falta de mão de obra especializada para postos que exigem habilidades tecnológicas apuradas. Somente no setor de TI, o Brasil terá 530 mil vagas de trabalho até 2025 não preenchidas, de acordo com Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom). Ações que inspirem e preparem jovens para ocuparem esses lugares no curto e médio prazo são urgentes e essenciais.

Voluntariado corporativo

O projeto também é uma estratégia para promover o voluntariado corporativo, envolvendo os colaboradores da Kyndyl para que sejam mentores dos estudantes. Nessa função, os voluntários podem oferecer horas de mentoria e/ou gravar vídeos com conteúdos formativos sobre STEM e soft skills. Além de contribuir para a formação dos estudantes, o voluntariado é uma ótima oportunidade para trabalhar habilidades socioemocionais com colaboradores da empresa. Ao expô-los a um contexto diferente, elas e eles acabam desenvolvendo um senso de empatia por esses jovens, o que irá possibilitar a construção de ambientes mais acolhedores e promissores nas empresas, quando colaboradores jovens entrarem nas equipes, contratados pela corporação.

Para a empresa, o voluntariado corporativo é uma alavanca potente para cumprir pautas da agenda ESG e avançar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU. A sua empresa também pode fazer a diferença e apoiar o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens em situação de vulnerabilidade. Clique aqui e saiba como.

UWB reúne lideranças empresariais para debater avanços nas agendas 2030 e ESG

No último dia 27, a UWB realizou seu encontro anual, “Juntos pelas novas gerações”, na sede da P&G, em São Paulo. O evento reuniu cerca de 80 pessoas, entre lideranças empresariais, colaboradores das empresas associadas, convidados e o time da organização. Na primeira parte da programação, foram apresentados os resultados do trabalho coletivo da UWB e seus parceiros, em 2022, com o lançamento do Relatório de Atividades. No ano passado, 8.736famílias com filhas(os) na primeira infância e 10.974jovens foram beneficiados pelas iniciativas, envolvendo 764voluntários, 17 empresas parceiras e apoiadoras, totalizando mais de R$6 milhões investidos na potência das novas gerações.

Dados e evidências conduzem painel sobre contexto atual

“Empresas impactantes: como as parcerias podem alavancar a agenda ESG das empresas”, painel mediado pela CEO da UWB, Gabriella Bighetti, contou com a participação de Gabriela Rozman, Gerente Sênior de Capacity Building e parcerias do Pacto Global da ONU no Brasil; Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos; e Gabriel Guimarães, Consultor de Relações Públicas e Diretor de Clientes em Tecnologia e Informação da Edelman Brasil e América Latina.

Gabriel abriu o diálogo, compartilhando dados do estudo recém-lançado Edelman Trust Barometer 2023 sobre a confiança da sociedade nas instituições. “O tecido social está enfraquecido devido ao clima de polarização atual, consequência de diferentes fatores, como a desconfiançadesencadeada pela ansiedade econômica e onda de desinformação. Do total de entrevistados, 78% afirmaram que nosso país está mais dividido hoje do que no passado. Ao mesmo tempo, empresas e ONGs são as únicas instituições vistas como competentes e éticas pelos brasileiros. Isso significa que as lideranças empresariais têm fundamental papel para encontrar soluções aos desafios socioambientais”, ressaltou.

Para Caio, “é preciso que as empresas tragam para o chão a pauta ESG, lembrando que a realidade da Europa e dos EUA é diferente da brasileira. Estamos entre as dez nações no ranking da economia e entre as dez no das desigualdades. A questão não são recursos, porque eles existem. A UWB nos mostrou que tem expertise e faz essa articulação para atuar de forma coletiva, mas ela precisa de recursos para gerar o impacto social necessário. Também acredito que as empresas devam incidir sobre políticas públicas, fazendo alianças para acelerar processos da agenda política, porque ou a gente se senta na mesa ou a gente é o cardápio”.

Gabriela, em sua fala, reforçou que estamos distantes de cumprir a Agenda 2030, da ONU. “São necessárias metas claras e ambiciosas para que as empresas avancem. Existem as ferramentas, meios e caminhos para isso. Não temos respostas para tudo, mas podemos desenhá-las, só que é necessário tocar em algumas feridas profundas. A sociedade tem cobrado, a legislação está mais rígida. É o momento de sair da superficialidade para trabalhar a agenda de forma efetiva. Destaco a ODS 17, que justamente fala das parcerias. Ela é o fio condutor de todos os outros objetivos. É o momento de trazer o potencial de cada setor, de nos sentar à mesa e promover um diálogo para construir soluções coletivas.”

Sobre o que é preciso deixar de fazer hoje e o que é urgente começar a fazer amanhã, pergunta feita aos painelistas, para encerrar a conversa, Gabriela foi enfática: “Deixarmos de nos preocupar com o nosso pedaço e entender que fazemos parte de um sistema integrado, que somos seres sociais e precisamos pensar no nosso bem e no bem do outro”. Para Gabriel, “as empresas precisam deixar o medo de lado e assumir ações para apoiar o desenvolvimento das instituições sociais. Assumir que fazem parte do problema e podem contribuir com as soluções”. Para Caio, “é preciso deixar de naturalizar a violação dos direitos humanos e fazer a autoanálise sobre situações do dia a dia em que violamos esses direitos. Também precisamos descobrir o momento individual, em que lugar chegamos, perceber que o que a gente tem é suficiente para sermos felizes”.

Novo plano de fidelização quer engajar mais empresas à causa

Na última parte do evento, a UWB lançou um novo plano de parcerias para empresas, com categorias relacionadas aos valores doados à instituição, revertidos em impacto social na vida de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. A ideia é que mais corporações se sintam motivadas a fazer parte dessa grande rede que investe na potência das novas gerações, podendo comunicar aos seus públicos e stakeholders a sua adesão. Qualquer corporação que queira se tornar uma empresa potente, pode acessar o plano, clicando aqui.  

Para marcar e reconhecer a importância do papel das companhias nas transformações sociais necessárias, um representante de cada empresa associada recebeu um certificado. Em seguida, os colaboradores voluntários das corporações foram homenageados por atuarem em diferentes iniciativas da UWB que promovem oportunidades de desenvolvimento para a primeira infância e as juventudes brasileiras.

Os participantes do evento foram contemplados com duas apresentações, no início e no encerramento do encontro, realizadas pela 1ª Companhia Preta de Teatro Musical do Brasil (CIABTM), um coletivo “artivista”, criado por Francisco Ribeiro, para ampliar horizontes, por meio de espetáculos musicais antirracistas, que trazem a cultura e as tradições africanas para o palco. A companhia também desenvolve projetos de arte-educação para formar jovens pretos artistas a ativistas das periferias.  Clique aqui e saiba mais.