Café Goyn lança publicação sobre desafios e oportunidades para a inclusão produtiva de jovens

Evento realizado em 23 de abril reuniu especialistas para comentar os achados da pesquisa “Desafios e Oportunidades para a Inclusão Produtiva de Jovens-Potência na cidade de São Paulo”, realizada pelo GOYN SP em parceria com a Accenture.

Racismo estrutural, evasão escolar, crise laboral e lacuna digital, os quatro temas que permearam o diálogo da segunda edição do Café GOYN SP, são os eixos-chave trazidos pela publicação, lançada no Café, para mapear os desafios enfrentados pelas juventudes das periferias, e, também, olhar para as oportunidades que eles geram a fim de superar o déficit da inclusão produtiva dos mais de 700 mil jovens-potência da maior cidade do País. Os dados e a apresentação da pesquisa, na abertura do evento, foram complementados pelas reflexões trazidas por especialistas.

Para dialogar sobre racismo estrutural, foram convidados Kelly Quirino, Doutora em Comunicação pela Universidade de Brasília, professora da disciplina Comunicação e Diversidade e Epistemologias Negras no bacharelado de Comunicação Organizacional da UNB e consultora em gênero e raça, e Hugo Sabino, membro do Centro de Promoção da Saúde (Cedaps) e líder do Programa Jovens Construtores pelo Brasil. 

Kelly apontou a importância de as instituições investirem no letramento racial porque “maximiza as potencialidades dos jovens e gera valor agregado junto ao mercado produtivo. O Brasil perde muitos talentos não olhando para isso”.  Segundo Hugo, é preciso focar “no que não é evidente, porque o racismo explícito a gente conhece. Por isso, é importante pautar esse olhar para enfrentar o racismo estrutural nas coisas que a gente já naturalizou”.

Monica Pinto, Gerente de Desenvolvimento Institucional da Fundação Roberto Marinho, Mestre em Educação pela PUC-RJ, com MBA pela COPPE/UFRJ, e membro do Conselho de Governança do GIFE, levantou importantes reflexões sobre o tema evasão escolar. Para ela, “antes de falar em evasão, precisamos olhar para a distorção entre idade e série. Se a gente abrir os microdados, os estudantes que abandonam a escola e ficam para trás são, em sua maioria, autodeclarados pardos e negros. A educação reproduz o racismo estrutural do País. É preciso criar políticas públicas intersetoriais, porque a educação é uma questão de toda a comunidade”.

Para falar sobre crise laboral, o terceiro eixo trazido pela pesquisa, o GOYN SP convidou Diogo Jamra Tsukumo, Gerente de Articulação do Itaú Educação e Trabalho, da superintendência da Fundação Itaú para Educação e Cultura, que atua há mais de 15 anos na articulação, concepção e implementação de políticas públicas de redução das desigualdades sociais. O diálogo contou com a participação de Henrique Medeiros, o Riqueza, jovem artista, da região do Grajaú, que integra o Núcleo Jovem do GOYN SP e o coletivo Vilani-se. Para Diogo, “é preciso pensar qual trabalho existirá no futuro. O que se sabe, é que os profissionais precisarão ser mais criativos, possuir habilidades de gestão e saber tomar decisões. O trabalho repetitivo está sendo automatizado e é o que hoje tem inserido mais jovens. Precisamos ter na pauta quatro tendências que vão impulsionar o mercado produtivo: inovação tecnológica, revisão das relações de trabalho, processo de globalização e mudanças demográficas”. Henrique usou o próprio exemplo para ilustrar a crise laboral na vida dos jovens: “Com toda essa situação, não consigo fazer a minha arte. Outro dia fui fazer um ‘bico’ que, segundo a pessoa que me chamou, era para terminar às 17h. Sai de lá às 22h depois de passar o dia descarregando caminhão. Sem benefícios, sem vínculo”, lamentou, explicitando o que o inquieta: “Me preocupa muito o futuro do trabalho para o jovem”.

Coube à Mariana Zuppolini, líder de Cidadania Corporativa para a América Latina na Accenture, cuja função é levar inovação ao setor social para transformar as comunidades, levantar reflexões sobre o último tema da pesquisa: lacuna digital. “O desafio-chave para inserir os jovens é garantir o mínimo de estrutura: internet e acesso às ferramentas tecnológicas que possam apoiá-los a também encontrar vagas de trabalho. Enquanto não se investir na tecnologia das periferias, a distância entre os jovens e o mercado de trabalho permanecerá muito grande”, afirmou.

Na plenária, insigths importantes

Depois das apresentações e falas dos especialistas, os participantes da segunda edição do Café GOYN SP foram convidados a escolher uma das quatro salas (uma para cada tema mapeado pelo estudo) para discutir ideias e soluções que contribuam à inclusão produtiva dos jovens-potência da cidade de São Paulo.

Na plenária, pontos trazidos pelos participantes resumiram as conversas. Na sala do tema racismo estrutural, o letramento racial foi evidenciado como um caminho necessário ao enfrentamento do preconceito e dos vieses inconscientes presentes das instituições. Com relação à evasão escolar, promover a educação integral e integrada e as políticas públicas intersetoriais é ponto de partida para gerar as mudanças necessárias. Sobre a crise laboral, os participantes trouxeram a importância de se investir em arranjos produtivos e na cadeia produtiva dos territórios para atender as necessidades das periferias. No que diz respeito à lacuna digital, a sala discutiu o quanto têm sido levadas para as experiências digitais as mesmas práticas excludentes da realidade offline.

Com o lançamento da pesquisa, o GOYN SP reforça a importância do trabalho colaborativo e coletivo para responder aos desafios que ainda excluem milhares de jovens-potência de postos dignos de trabalho. Por isso, conhecer esse mapeamento é essencial para que alcancemos o objetivo de, em 10 anos, incluir 100 mil jovens-potência no mercado produtivo da cidade e, consequentemente, diminuir a lacuna de desigualdades do país. 

Acesse a pesquisa, leia e compartilhe: https://www.goynsp.org/jovempotencia/

Saiba mais sobre o GOYN SP: https://uwb.org.br/o-que-fazemos/goyn/ 

Quer fazer parte? Então, clique aqui.

O futuro do país passa pelos jovens inseridos no mercado de trabalho

O desemprego é um dos muitos desafios que a sociedade brasileira tem enfrentado nos últimos anos, agravado pela crise sem precedentes, gerada pela Covid-19. Entre os grupos mais afetados estão os jovens. No Brasil, eles são 33 milhões (15 a 24 anos), ou seja, mais de 17% da população. Mesmo antes da crise sanitária, 23% deles estavam sem trabalho e sem estudo, sendo a maioria das periferias (Pnad, IBGE, 2020).

A falta de experiência e de educação de qualidade, a desvalorização das empresas sobre o potencial jovem, o despreparo técnico, as dificuldades de ir e vir (das regiões periféricas para os grandes centros), a escassez de recursos e de acesso à tecnologia, a autoestima em baixa e a desesperança em alta são alguns dos fatores que dificultam a entrada no mercado de trabalho e a continuidade da trajetória acadêmica das juventudes mais vulneráveis. 

Por outro lado, nunca tivemos uma população tão jovem como a atual. Um momento único de nossa história que, em 20 anos, terá se perdido, com a inversão da pirâmide etária. Em 2040, o Brasil terá envelhecido e os jovens de hoje, sem carreiras profissionais consolidadas, tenderão a engrossar os índices de pobreza e informalidade.

Solução: parcerias, parcerias e parcerias

Os governos têm o dever de focar em políticas públicas que facilitem e promovam o acesso dos jovens aos postos dignos de emprego. Isso é fato. No entanto, também cabe à sociedade dar a sua parcela de contribuição para que o atual bônus etário de nossa população seja revertido em desenvolvimento humano para o país no médio e longo prazo.

A maneira mais eficaz de promover a inclusão produtiva dos jovens é por meio de parcerias entre os diferentes setores sociais, especialmente entre empresas e organizações que se dedicam à causa.

Todos ganham: os jovens se veem valorizados, inseridos no ecossistema produtivo e motivados para avançar no futuro e dar a sua contribuição ao desenvolvimento local. A empresa consegue vislumbrar e formar novos talentos, alocando-os em diferentes postos para construir equipes eficientes, inovadoras, criativas e compromissadas com bons resultados, além de fortalecer suas marcas com a adesão a uma causa relevante. Por fim, as organizações sociais cumprem o seu papel ao colocar a sua expertise a serviço de um bem-comum com forte influência na sustentabilidade social e econômica da nação.

Com essa perspectiva, a United Way Brasil, por meio do Programa Competências para a Vida, articula parcerias com empresas de diversos segmentos para atuar junto aos jovens na construção de seus projetos de vida, com base na formação para valores, desenvolvimento das competências socioemocionais e conhecimento das diferentes tecnologias. O objetivo é garantir postos de trabalho dignos, especialmente aos grupos mais excluídos – jovens negros e negras. 

Resultados imediatos e permanentes

As estratégias aplicadas com os jovens envolvem conversas formativas, apoio de especialistas e mentorias realizadas voluntariamente por colaboradores das empresas parceiras, tudo a distância.

Os encontros seguem temas pré-definidos, que dialogam com as expectativas e necessidades dos jovens e discutem os desafios que irão enfrentar, como as entrevistas de recrutamento e os caminhos que precisam perseguir para concretizar objetivos. Também focam no autoconhecimento e na construção de uma sólida autoestima, além de trabalhar as habilidades relacionadas ao domínio das tecnologias.

“Participei da primeira turma de jovens do programa no Nordeste, em 2020. A mentoria ajudou muito. Pouco antes do último encontro do programa, fui chamada para uma entrevista de emprego. Fui escolhida na área que eu queria. A mentoria trouxe a segurança de volta. Eu precisava confiar mais em mim para fazer uma boa entrevista. Eu precisava acreditar de novo diante do contexto da pandemia, que trouxe tantas dúvidas e incertezas pra gente”, revela Lais Grazielle, de Pernambuco.

Samira Cristina, jovem de 19 anos, do bairro Francisco Morato, em São Paulo, ingressou no Competências para a Vida em março de 2021: “A formação do programa coloca a gente em contato com outras pessoas. Podemos nos conhecer melhor e aprender mais com diferentes perfis. As conversas têm me ajudado a entender meus pontos fortes e meus limites para que, em uma entrevista de emprego, eu fale sobre quem sou com mais propriedade”. Samira está empregada como jovem aprendiz, na área de vendas, mas tem planos de fazer faculdade de Pedagogia. Na conversa com a mentora, ela entendeu que precisa estar atenta às oportunidades que surgem e quais podem, de fato, colaborar para a realização desse sonho. Pessoa posando para foto sorrindo

Descrição gerada automaticamente

Fabio Solar, 20 anos, de Pernambuco, também ingressou no programa em 2021. “Toda vez que eu entro na sala virtual, eu não sei o que esperar, não sei o que levarei dali. Quando a aula termina, paro e penso: ‘Poxa! É isto que tenho agora, é isto que eu agreguei para a minha vida’, porque sempre traz algo novo e importante. Não imaginava que podia aprender tanto sobre mim mesmo, sobre minha personalidade. Quanto mais sei quem eu sou, mais vou moldando o meu projeto de vida. O aprendizado é tão natural e espontâneo que a gente absorve as coisas, contribui com a aula e troca experiências com os profissionais mentores. Amigos meus já passaram pelo programa e hoje estão empregados”, conta.Menino pousando para foto

Descrição gerada automaticamente

Atualmente, o Competências para a Vida está apoiando o desenvolvimento integral de 60 jovens das cidades Francisco Morato (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE), em parceria com as empresas Eli Lilly, PwC e Morgan Stanley.

Para o segundo semestre, a iniciativa quer beneficiar mais 300 jovens e abrir caminhos à empregabilidade dessa geração de talentos únicos. Sua empresa pode ajudar nessa missão. É só entrar em contato conosco e fazer a diferença!

Edital do GOYN vai apoiar ações e projetos de jovens para jovens das periferias de SP

Com o objetivo de alavancar iniciativas que promovam a inclusão produtiva das juventudes periféricas, o Global Opportunity Youth Network (GOYN) lançou edital para disponibilizar um micro fundo a projetos de coletivos e de jovens inovadores.  As inscrições terminam no dia 28 de março de 2021.

Você é jovem, tem entre 18 e 30 anos, mora na periferia de São Paulo, criou um projeto social ou faz parte de um coletivo que atua pelas juventudes?

Então temos uma ótima notícia! O Global Opportunity Youth Network (GOYN), movimento internacional com foco na inclusão produtiva das juventudes, acaba de lançar um edital de apoio a ações que promovam trabalho e renda para jovens. O GOYN SP te convida  a fazer parte dessa iniciativa. 

Confira as respostas para perguntas que, provavelmente, você está se fazendo agora.

O que o edital oferece? 

Jovens e coletivos selecionados, das periferias da cidade, irão receber apoio de formação, mentoria e um valor (micro fundo) para desenvolver ou ampliar projetos nos seus territórios.

Mas que tipo de projetos serão aceitos?

Vamos focar em projetos inovadores, feitos por jovens e para jovens e que abordem pelo menos um dos seguintes temas: 

  • Território – soluções para enfrentar as desigualdades socioespaciais nas periferias urbanas da cidade
  • Equidade – iniciativas que promovam direitos, com recorte nas questões de raça e gênero e especial foco nos grupos LGBTQIA+ 
  • Sustentabilidade – ações que criem ou discutam meios de subsistência para as juventudes periféricas

Mas será que eu posso mesmo participar?

Confira este checklist para saber se seu perfil é contemplado pelo edital:

Requisitos obrigatórios
Ter entre 18 e 30 anos 
Fazer parte de grupos e coletivos jovens das periferias que tenham pouco acesso a apoio e recursos financeiros
Projetos que contemplem pelo menos uma das três áreas: território, equidade e sustentabilidade
Requisitos que serão priorizados
Coletivos e grupos localizados na zona sul 2 ou leste 2
Possuir lideranças mulheres ou que atuem para garantir os direitos delas
Possuir lideranças negras ou indígenas
Fazer parte da comunidade LGBTQIA+
Ser refugiade ou de outros grupos marginalizados
Ser uma pessoa com deficiência

Vale tudo? Projetos de qualquer área?

Quase isso! Seu projeto tem de se encaixar e ser inscrito em uma ou mais destas áreas: direitos humanos, arte e cultura, educação, mercado de trabalho, geração de renda, direitos digitais, comunicação comunitária e enfrentamento da Covid-19. Sempre focado nas juventudes da periferia.

Mas tem de ser um projeto inédito ou posso inscrever o que já faço na comunidade?

Você pode criar um projeto ou usar o recurso para alavancar uma ação que já realiza. É importante que sua iniciativa responda não só aos temas do edital como, também, esteja alinhada a um ou mais destes Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: 

Que tipo de ações meu projeto tem de ter para envolver o público-alvo?

Existem várias possibilidades: rodas de conversa, cursos, workshops e formações, podcasts, eventos de conscientização, iniciativas de impacto…

Qual será o valor do microfundo?

Depende de quantos jovens seu projeto pretende apoiar:

  • Até R$2.500,00 para ações que impactem até 100 jovens
  • R$5.500,00 para ações que impactem mais de 100 jovens

Será que vou dar conta de usar os recursos e encaminhar meu projeto?

Calma! Você não está sozinho! O GOYN SP vai realizar encontros mensais para acompanhar seu projeto e oferecer suporte às atividades. Vai, também, identificar se existem outras oportunidades de colaboração entre os outros grupos/coletivos selecionados.

O YouthBuild International (YBI), parceiro institucional da rede GOYN, vai dar formações on-line, com certificação, sobre planejamento e implementação de projetos, além de outros temas que você pode ajudar a selecionar.

Quem vai escolher os projetos? Quantos serão selecionados?

Um comitê de seleção fará uma triagem dos projetos inscritos, seguindo os critérios do edital. A gente montou uma comissão de avaliação composta por jovens representantes do Núcleo Jovem do GOYN SP e pessoas de organizações que fazem parte da nossa rede, cuja atuação será independente e voluntária. Essa comissão vai pré-selecionar até sete propostas, que serão encaminhadas para a Youthbuild International, que fará a escolha de até 6 projetos para serem contemplados.

Quando e onde eu tenho de fazer a inscrição do meu projeto?

Anote aí toda a agenda desse processo para você não perder nada!

15/03 – 28/03Inscrições29/03 – 30/04Seleção e convocação dos selecionados07/05 – 31/08Implementação dos projetos, formações e acompanhamentoSetembroEncontro global com jovens inovadores

Para saber mais sobre o edital, siga o nosso Instagram:  https://www.instagram.com/goyn_sp/?hl=pt-br

Estamos torcendo por você! Boa sorte!

Equidade foi o tema do primeiro Café GOYN SP

Realizado no dia 5 de março, o evento inaugurou um espaço virtual de conversa para convidados, convidadas e participantes da rede GOYN SP. O objetivo é compartilhar conhecimentos e experiências relacionados a temas essenciais à atuação da rede GOYN SP pela inclusão produtiva das juventudes. 

O primeiro Café GOYN SP abordou o fomento da equidade de gênero e raça, especialmente entre os diferentes grupos que atuam na rede colaborativa do GOYN SP. Ou seja, fortalecer a temática de dentro para fora, já que ela é transversal a todas as ações do GOYN SP e deve refletir nos resultados das iniciativas.

Para abrir o diálogo, foram convidadas duas mulheres-referência no assunto. Monique Miles é Vice-presidente do Aspen Institute, Diretora Administrativa do Opportunity Youth Forum do Aspen Institute nos EUA. Ela lidera um fundo nacional de apoio a comunidades, dentro e fora do país, para reunir lideranças de diferentes áreas no redesenho dos setores da educação e do emprego para que sejam mais equitativos e justos.

Viviane Soranso é psicóloga e ativista social. Ela atua na Fundação Tide Setubal como coordenadora do Programa de Raça e Gênero e na implementação do Comitê de Diversidade e Inclusão da FTAS. É coautora da obra “Mundo Jovem”.

Ambas compartilharam suas vivências com relação à equidade nas suas instituições, dando subsídios à implementação do Comitê de Equidade de Raça e Gênero do GOYN SP, liderada por jovens-potência do Núcleo Jovem.

Na primeira parte da conversa, as duas convidadas traçaram o cenário de suas realidades. Nos EUA, onde o racismo estrutural é uma realidade construída durante a história do país, “queremos garantir que os recursos sejam distribuídos de acordo com as necessidades dos diferentes grupos excluídos. Portanto, nossos parceiros são orientados a usá-los de forma equitativa nos seus programas, de acordo com o histórico das comunidades. Para isso, é preciso estabelecer objetivos e estratégias específicos para jovens negros, índios e latinos”, explicou Monique Miles.

Viviane Soranso contou como a questão da equidade tomou forma nas equipes da Fundação Tide Setubal, de forma gradual e com base na realidade que se apresentava a cada momento da história da instituição: “A coordenação começou a focar nas suas equipes para poder estruturar projetos que promovessem a equidade junto aos públicos-alvo. Negros e negras das equipes que atuavam diretamente com a população atendida foram remanejados e remanejadas para postos de gestão. Também foram garantidas a participação de pessoas negras nos conselhos da Fundação. O Comitê de Diversidade e Inclusão teve como missão aprofundar esse olhar para dentro. Definimos os princípios e compromissos de equidade e sensibilizamos os profissionais de todos os níveis hierárquicos.”

Na segunda parte do encontro, os participantes do Café GOYN SP foram divididos em grupos para dialogar sobre a questão da equidade, com base em duas perguntas: 1. Quais são os principais desafios para fomentar ambientes mais inclusivos, com foco na equidade?; 2. Como enfrentar esses desafios?

Nas plenárias, várias contribuições trazidas pelos participantes puderam aquecer a conversa e indicar alguns caminhos. Por exemplo, como envolver as lideranças das instituições no tema. Uma das alternativas é convidá-las a fazerem parte do Comitê de Equidade, dando-lhes a oportunidade de atuarem com temas com os quais se identificam. 

Outra ideia compartilhada foi a importância do letramento sobre equidade para toda equipe, partindo de uma sensibilização para depois seguir com uma formação que responsabilize a todos e todas que atuam pela causa das juventudes. A estruturação de uma política de equidade, com princípios e compromissos, é outra iniciativa importante que promove e fortalece a temática nas instituições.

No final do encontro, Monique Miles reforçou que uma nova postura sobre equidade é uma conquista pessoal, antes mesmo de se tonar uma causa assumida pelo grupo: “Por isso o avanço é lento e pode levar gerações. Mas não desanimem. Cuidem dos outros, de si, compartilhem ideias e coloquem os jovens no centro das soluções.”

Quer saber mais sobre as ações que o GOYN SP vem realizando? Acesse o relatório de atividades de 2020 aqui.

Programa Competências para Vida inova em 2021 com apoio de empresas parceiras

O sucesso do programa Competências para a Vida em 2020 (veja os resultados no Relatórios de Atividades) alavancou uma nova etapa, envolvendo as empresas parceiras para apoiar os jovens no enfrentamento das consequências negativas da pandemia na educação e nas perspectivas de trabalho.

Antes mesmo da chegada da Covid-19, a situação dos jovens brasileiros já se mostrava crítica: em 2017, a taxa de desemprego entre eles era de 35% versus os 16% da população em geral. Só na cidade de São Paulo, em 2019, viviam 812.916 jovens em situação vulnerável, sendo que 160 mil eram responsáveis pelos seus domicílios. Cerca de 484 mil estavam sem emprego e sem oportunidade de estudo.

O atual cenário exige ações articuladas e coletivas, com a participação ativa das empresas, para que o impacto do programa alcance abrangência e qualidade e possa ajudar as juventudes a traçarem um projeto de vida que esteja alinhado com seus sonhos pessoais e expectativas profissionais, apesar das dificuldades ampliadas pela crise sanitária.

Os objetivos do programa

Em 2021, o Competências para a Vida estruturou e sistematizou sua metodologia de forma a criar oportunidades de autoconhecimento para os jovens, proporcionar espaços de compartilhamento de histórias de vida e ampliação de repertório, promover práticas reflexivas sobre competências e habilidades, apoiar e mediar planos de ação e as escolhas dos participantes e favorecer o contato com ferramentas tecnológicas.

Para isso, no primeiro ciclo do programa, irá realizar oito encontros semanais com grupos formados por 20 a 30 jovens (16 a 25 anos de idade), na plataforma Google Meets. As atividades que farão parte da formação e os materiais necessários ficarão disponíveis no Google Classroom. Os participantes receberão orientações de um educador da United Way Brasil e de uma organização social parceira.

O trabalho com os jovens é dividido em três módulos, nos três meses de formação, somando um total de 24 horas: módulo descobertas (conscientização e aprendizado das competências e habilidades socioemocionais); módulo horizontes (conhecimento de diversos caminhos e possibilidades profissionais); e módulo navegação (aplicação de práticas e ações de encaminhamentos para a construção do plano de ação). 

A participação ativa das empresas parceiras

Além das interações com educadores e seus pares, os jovens terão acesso a quatro sessões de mentorias, em subgrupos com cinco a seis jovens, acompanhados por mentores voluntários, colaboradores das empresas PWC, Lilly e Morgan Stanley, parceiras do programa. 

Os mentores têm papel fundamental na formação dos jovens, que se referenciam nas experiências e vivências desses profissionais para refletir sobre o que querem conquistar nas suas trajetórias pessoal e de trabalho.

Em todas as avaliações aplicadas, ao término de cada ciclo, as sessões de mentoria são apontadas como o ápice do aprendizado, tanto para quem mentora como para quem é mentorado. 

Os colaboradores afirmam rever suas trajetórias, valorizar suas conquistas, ampliar perspectivas e fortalecer habilidades, além de se sentirem gratos pela oportunidade de apoiar os jovens. Do outro lado, estes se percebem com grande potencial, capazes de avançar com seus projetos de vida, porque têm exemplos de sucesso de pessoas que, muitas vezes, enfrentaram desafios semelhantes aos que eles enfrentam.

Vale ressaltar que a atuação das empresas vai muito além de aportar recursos na iniciativa. Além de estimularem a participação de seus colaboradores, elas garantem o sucesso do programa junto à equipe técnica, por meio de um grupo gestor, formado por seus representantes. A tomada de decisões é coletiva e com base em monitoramento e avaliação periódicos, promovendo ajustes e melhorias durante o processo de implementação do programa.

Em 2021, são estas corporações que, ao lado da United Way Brasil, viabilizam a realização do programa: DOW, Eastman, Ecolab, Lear, Lilly, Morgan Stanley, O-I, P&G e PWC.

A sua empresa também pode fazer parte do programa Competências para a Vida e promover o sucesso pessoal e profissional de jovens em situação vulnerável. Para saber mais, clique aqui.

GOYN São Paulo implementa protótipos para a inclusão produtiva de jovens

Mapeamento, avaliação, mobilização, prospecção, diálogos, trocas, construção coletiva e colaborativa… Estas foram algumas das ações que marcaram o Goyn São Paulo, em 2020. Para 2021, a organização vai implementar soluções que incluam 100 mil jovens-potência no ecossistema produtivo da cidade, até 2030.

Lançado em 2020, o Global Opportunity Youth Network (GOYN) São Paulo entra em uma nova etapa para levar à prática os resultados das mesas de trabalho que envolveram mais de 80 empresas, organizações, jovens-potência e especialistas em juventudes. São quatro protótipos construídos para gerar oportunidades concretas de empregabilidade e empreendedorismo aos jovens das periferias da cidade. 

O primeiro deles, denominado Programa Trilhando, tem como objetivo apoiar os jovens na elaboração de um projeto de vida que una realização pessoal com sonhos e ambições profissionais. Na escola, nem sempre os jovens têm contato com temas de interesse, contextualizados à sua realidade, para ajudá-los a definir sua trajetória. Aliás, muitos abandonam os bancos escolares, seja por desestímulo, por necessidade de trabalhar ou por outros motivos que estão engrossando os números de evasão do Ensino Médio. Muitos deles também não contam com apoio familiar nem com referências para pensar no que querem para si. Por isso, o Programa Trilhando pretende ajudá-los a definir seu presente e futuro profissionais por meio de curadorias, mentorias e rodas de conversa, contando com a articulação de diferentes atores que atuem nos territórios. Em 2021, o GOYN vai mapear e prospectar parceiros para implementar a iniciativa e promover a formação de voluntários que assumam o papel de mentores desses jovens.

A tecnologia como ferramenta de inclusão profissional

O segundo protótipo, o Perifa Digital, pretende inserir um grande contingente de jovens-potência no mundo produtivo, por meio de oportunidades que a tecnologia tem a oferecer – e que a maioria ainda desconhece. Por isso, em 2021, o Perifa Digital vai atuar em parceria com associações e centros locais na formação de jovens a fim de que sejam multiplicadores de uma mentalidade digital em seus territórios, promovendo ações que gerem trabalho por meio da tecnologia.

Plataforma Digitalis é o nome do terceiro protótipo construído coletivamente pelos parceiros do GOYN São Paulo. A plataforma irá se configurar como um grande e qualificado espaço de capacitação, recrutamento e empregabilidade. Vai disponibilizar cursos para preparar melhor os jovens às diferentes oportunidades das áreas digitais, compartilhar vagas de empresas e os perfis dos que buscam o seu lugar no mercado de trabalho. Todos ganham com a plataforma: os jovens estarão mais preparados, as vagas serão preenchidas com maior assertividade e as empresas irão contar com profissionais qualificados e afinados com seus objetivos. Além de estruturar a plataforma, em 2021 o GOYN quer prospectar empresas para apoiar a iniciativa.

O papel das empresas nesse ecossistema

O quarto protótipo, denominado Rede Empresas-Potência, tem como objetivos vencer barreiras que excluem as juventudes de postos de trabalho de muitas corporações que ainda veem a contratação de jovens como um risco.

A ideia é reunir empresas que acreditam nas competências e habilidades das juventudes para que compartilhem seus modelos de seleção e recrutamento, benefícios diferenciados, ações de engajamento para sensibilizar outras instituições e gerar trocas de experiências bem-sucedidas.

Para 2021, o GOYN irá prospectar cerca de 700 empresas para compor a rede, a fim de consolidar e difundir um banco de boas práticas de inclusão de jovens nas diferentes áreas.

Também em 2021 duas novas mesas de trabalho começarão a construir soluções que atendam a outros dois temas-chave da inclusão produtiva dos jovens: empreendedorismo como oportunidade e participação cidadã. 

Este é o momento para você e sua empresa se engajarem nesse amplo movimento global e ajudar a transformar realidades inteiras. Apoiar e empregar os jovens é uma das estratégias para o enfrentamento das desigualdades sociais e para a sustentabilidade de todo o planeta. Saiba mais sobre o GOYN: https://uwb.org.br/noticias/2020/11/27/goyn-apresenta-solucoes-para-a-inclusao-produtiva-dos-jovens-das-periferias/

Faça parte: www.goynsp.org/

Programa Competências para a Vida encerra mais um ciclo de apoio aos jovens

Desenvolvido pela United Way Brasil em parceria com empresas associadas, o programa encerra o ano de 2020 com conquistas e avanços para a vida pessoal e profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social.

Os jovens nunca precisaram de tanto apoio como agora, em meio à pandemia, quando tantas incertezas rondam o presente e o futuro, especialmente no que diz respeito às suas vidas acadêmicas e produtivas.

O programa Competências para a Vida, em 2020, adaptou-se para dar suporte a 227 jovens de 16 a 25 anos, incentivando o desenvolvimento e o fortalecimento de suas competências socioemocionais para que possam estar mais preparados aos desafios da sociedade contemporânea. 

Por meio de encontros e mentorias virtuais, 123 mentores voluntários – colaboradores das empresas associadas da United Way Brasil – incentivaram e apoiaram jovens dos estados de São Paulo (São Paulo, Francisco Morato e Jundiapeba), Pernambuco (Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão de Guararapes) e Santa Catarina (Navegantes) a não desistirem de seus sonhos e acreditar na capacidade que possuem para realizá-los.

“O Competências para a Vida e as mentorias foram um divisor de águas na minha trajetória. Antes eu me sentia totalmente perdida, sem saber ao certo o que queria. Depois que tive a oportunidade de participar, pude encontrar comigo mesma, me senti mais confiante pra (per)seguir meus sonhos”, relatou uma participante na avaliação do programa. A mesma avaliação apontou que, para 73% dos jovens, as reuniões e mentorias ajudaram a pensar no futuro e em metas para além da pandemia, enquanto 94,5% dos participantes acreditam que todos os aprendizados e trocas irão, de alguma forma, auxiliá-los a conseguir um emprego. 

Para os mentores empatia e comunicação foram as principais competências que disseram ter desenvolvido durante o programa. “Sou muito grata por ter participado como mentora. É impressionante como os jovens fazem a gente repensar sobre a vida e entender como somos privilegiados. Fiquei muito feliz em fazer parte e poder ajudar”, revelou uma das voluntárias.

O programa encerrou suas atividades do ano e retorna em 2021 com novas experiências e oportunidades para que diferentes juventudes tenham vez e voz, conquistando seus espaços na sociedade, como reforça neste poema o jovem Eduardo da Silva, 24 anos, de Jaboatão de Guararapes (PE). Confira!

Brasil leva sua contribuição ao evento mundial do GOYN

Pela primeira vez, o País participa do encontro do The Global Opportunity Youth Network, para dialogar e levar sugestões de como enfrentar os desafios enfrentados pelos jovens-potências para conquistar trabalho digno.

Evento realizado nos Estados Unidos, de 7 a 10 de dezembro, reúne representantes das comunidades do The Global Opportunity Youth Network (GOYN).

Aberto a jovens, organizações e interessados no tema, o encontro tem como propósito ouvir os diferentes porta-vozes do GOYN sobre formas de enfrentar os efeitos da Covid-19 na empregabilidade das juventudes, com sugestões para facilitar diálogos e construir soluções coletivas e sistêmicas que possam romper barreiras estruturais do ecossistema produtivo. O evento também irá discutir estratégias para ampliar e fortalecer a voz dos jovens para que tenham espaço de decisão sobre seu presente e futuro profissional.

A participação do GOYN São Paulo

No País, desde janeiro de 2020, o GOYN acontece na cidade de São Paulo e tem como organização articuladora a United Way Brasil.

Para o evento global, jovens-potência do Núcleo Jovem e as lideranças do GOYN levarão suas contribuições ao encontro.

No dia 8 de dezembro, às 6h40 (horário de Brasília),Jonathan Camargo Sales, do Núcleo Jovem GOYN São Paulo, participará do painel dos jovens líderes para dialogar sobre o papel do jovem na construção do GOYN em cada comunidade.

No mesmo, dia, às 7h40, Daniela Saraiva, coordenadora do GOYN São Paulo, irá compor a mesa que irá debater a contribuição do GOYN para favorecer e ampliar a inclusão produtiva do jovem no mundo. Daniela vai compartilhar as experiências colhidas em 2020, quando o programa conseguiu mobilizar mais de 80 empresas, organizações e especialistas de São Paulo em torno do tema da inclusão produtiva dos jovens-potência.  

No dia 9, às 7h50, será vez de Henrique Madeiros, jovem-potência do Núcleo Jovem, compor o painel que terá como pauta as trajetórias criativas e resilientes dos jovens na busca por trabalho digno nas periferias das cidades. Henrique também será o responsável por encerrar o dia do evento com uma participação artística, às 8h50.

No dia 10, às 6h, Ana Inez Eurico, liderança do Núcleo Jovem do GOYN São Paulo, dará as boas-vindas globais aos participantes ao lado de Jamie McAuliffe, Diretor do GOYN global, e fará parte do painel, às 6h35, sobre as injustiças estruturais que os jovens enfrentam em suas comunidades para conquistar um espaço digno de trabalho.

Às 8h, Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, estará no painel que encerra o encontro, onde as lideranças irão apontar os diferenciais do GOYN e a importância de se ampliar essa rede, envolvendo novas organizações e mais jovens para que as iniciativas ganhem escala e possam garantir a inclusão de diferentes juventudes no mundo do trabalho.

Participe! Inscreva-se!

Dia 7 https://zoom.us/webinar/register/WN_ZM5p8tScRXmHRNo9whaziA

Dia 8 https://zoom.us/webinar/register/WN_eJEYx8IyQCqEAJW1Df6apg

Dia 9 https://zoom.us/webinar/register/WN_0kBiM0rkQw6Ms_FZusmYAQ

Dia 10 https://zoom.us/webinar/register/WN_pEMo86D8SSiSkGD-erS0mQ

Sobre o GOYN São Paulo–  Global Opportunity Youth Network (GOYN) é uma aliança mundial, liderada pelo Instituto Aspen, para promover a inclusão produtiva de jovens em situação de vulnerabilidade social. Está presente também em Bogotá (Colômbia), Thekwini (África do Sul), Mombasa (Quênia), Pune e Ramgarh (Índia). No Brasil, a ação acontece na cidade de São Paulo com o apoio de mais de 85 múltiplos atores. A partir de um amplo mapeamento, o GOYN São Paulo identificou cerca de 700 mil jovens-potência que não têm acesso a oportunidades dignas de trabalho. Também detectou os principais desafios que eles enfrentam e, por meio de um trabalho coletivo e colaborativo, criou soluções para superar esses obstáculos, com o objetivo de incluir produtivamente 100 mil jovens da cidade até 2030.  No Brasil, a gestão do GOYN envolve o Núcleo Jovem e o grupo gestor formado por representantes das instituições Accenture, Em Movimento, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Coca-Cola, Itaú Educação e Trabalho e J. P. Morgan. Como parceiros globais, o GOYN conta com Aspen Institute, Catholic Relief Services, Global Developer Incubator, Prudential, Youth Build International. Atualmente, o GOYN São Paulo está prospectando novas parcerias para ampliar a rede e implementar, em 2021, os protótipos das soluções construídas.

Para saber mais:   https://uwb.org.br/o-que-fazemos/goyn/

Para fazer parte do GOYN São Paulo: https://bit.ly/facapartegoyn


GOYN apresenta soluções para a inclusão produtiva dos jovens das periferias

Evento realizado no último dia 24, reuniu jovens-potência, organizações, empresas e especialistas em inclusão produtiva para apresentar protótipos de projetos que serão implementados em 2021. 

Pautado no mote que defende a equidade de oportunidades para enfrentar as desigualdades de empregabilidade entre os jovens de São Paulo, o Global Opportunity Youth Network (GOYN) foi oficialmente lançado no maior polo econômico da América Latina, no dia 24 de novembro, durante a live transmitida na página do YouTube da United Way Brasil. A organização é responsável, no País, pela articulação e mobilização de uma ampla rede colaborativa, atualmente com mais de 80 atores, para criar oportunidades dignas de trabalho às diferentes juventudes.

O programa global, que está em outras seis cidades do mundo, criado pelo The Aspen Institute, concretiza-se em cada nação por meio de um grupo gestor, responsável por traçar os passos do GOYN localmente, com a participação ativa do Núcleo Jovem, formado por jovens-potência.

No Brasil, esse grupo conta com representantes das instituições Accenture, Em Movimento, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Coca-Cola, Itaú Educação e Trabalho e J. P. Morgan.

Como parceiros globais, o Goyn conta com Aspen Institute, Catholic Relief Services, Global Developer Incubator, Prudential, Youth Build International.

Quem assistiu ao evento do dia 24 pôde mergulhar na proposta e entender como o GOYN atua, seus objetivos de médio e longo prazo e quais as formas de participar dessa onda de mudanças que circula na cidade, desde abril de 2020, e que necessita de mais parceiros para alcançar a meta de inserir produtivamente 100 mil jovens em 10 anos – e beneficiar os mais de 700 mil jovens-potência que vivem, atualmente, em São Paulo.

Soluções concretas, sistêmicas e colaborativas

O auge do evento de lançamento se deu com a apresentação dos jovens sobre as mesas de trabalho realizadas pelo GOYN nos últimos meses, para traçar soluções aos desafios mais urgentes à inclusão dos jovens-potência no ecossistema produtivo da cidade. Tais mesas se configuraram a partir da ampla escuta de múltiplos atores e nos resultados de pesquisas e estudos gerados para o GOYN (veja alguns achados nos boxes Desafios).

A primeira apresentação trouxe a questão da desconexão entre os conteúdos do ensino formal (que leva à evasão escolar e à repetência), a realidade dos jovens-potência e os sistemas de seleção e recrutamento, comumente adotados pelas empresas. Para enfrentar esse desafio, as organizações, empresas e jovens participantes do GOYN desenharam o Programa Trilhando. A proposta é criar uma força-tarefa para realizar a curadoria de instituições de ensino que apoiem os jovens na elaboração de projetos de vida, por meio de formações, e de empresas que os coloquem em contato com as expectativas do mundo do trabalho, por meio do financiamento de mentorias e demais estratégias de capacitação. Dessa forma, as juventudes poderão fazer as conexões necessárias para traçar planos relacionados com seus sonhos de futuro, atendendo, também, às demandas do mercado.

Na mesa de trabalho do Programa Trilhando, além dos jovens-potência estavam representantes do Ceap, Cedaps, Cieds, Fundação Iochpe, Instituto Ayrton Senna, Instituto Reciclar, Novotec, Recode, Vocação e United Way Brasil.

A tecnologia foi tema da segunda apresentação. Grande parte dos jovens-potência até se mantém conectada ao mundo virtual, mas precariamente. Outra parte, nem acesso tem às tecnologias. E a maioria não faz uso delas para promover sua inclusão produtiva. O Programa Perifa Digital se propõe a construir essa mentalidade digital a partir dos territórios onde vivem as juventudes. Para isso, vai capacitar os jovens-potência a fim de que assumam o papel de multiplicadores de uma nova visão. Por meio da criação de projetos práticos, em parceria com organizações influentes nos territórios, de encontros e bate-papos, o objetivo é dar acesso às informações relevantes, às referências do mundo tecnológico e ao desenvolvimento de competências básicas para a inclusão digital.

A mesa de trabalho do Programa Perifa Digital contou com os jovens-potência e os representantes das instituições Fundação Telefônica Vivo, Generation Brasil, Laboratoria e +1 CODE.

Ainda dentro do tema da tecnologia, a terceira apresentação trouxe soluções para qualificar a força produtiva jovem a fim de que atenda à crescente demanda de oportunidades nas áreas de tecnologia. O que se sabe é que existe a procura, mas faltam profissionais qualificados para atendê-la. O Programa Plataforma Digitalis quer justamente contribuir a essa qualificação, por meio de um hub digital de capacitação e empregabilidade gratuito, que também otimize a busca por cursos e oportunidades de trabalho para carreiras na área. Tanto as formações como as vagas, disponibilizadas na plataforma, podem ser ofertadas por empresas e organizações que estão ou não na rede do GOYN. Além de potencializar o preenchimento de vagas, o programa quer apoiar as empresas na contratação mais assertiva para reduzir tempo e custo gerados pelos processos de seleção. 

A mesa de trabalho que desenhou o programa contou com os jovens-potência e as organizações Accenture, Generation Brasil, Laboratoria, Proa, Taqe e Vocação.

A última exposição da live apresentou o programa Rede Empresas-Potência, que tem o objetivo de qualificar a visão do empregador a fim de que identifique os diferentes benefícios que a contratação dos jovens-potência pode trazer à sua empresa. O que se pretende é transformar a atual percepção dessa contratação como um vetor de “riscos” para um vetor de “inovação”. Portanto, é necessário rever os processos de seleção e recrutamento tradicionais, que muitas vezes estão carregados de vieses inconscientes.

Estruturar uma rede que conecte empresas inclusivas, cuja estratégia de contratação contemple inovações para garantir o aproveitamento desses talentos, tende a fortalecer uma nova visão sobre o jovem-potência. Por meio da rede, as empresas poderão alinhar esforços, compartilhar conteúdos, boas práticas, treinamentos para lideranças e cases de sucesso, tornando-se referências no ecossistema produtivo da cidade.

A construção do programa contou com a participação dos jovens e das instituições ABRH SP, Accenture, Cedaps, Digital Innovation One, Eureca, Instituto Coca-Cola Brasil, IOS, Pepsico, Rede Cidadã e United Way Brasil.

Dentre os próximos passos do GOYN em São Paulo estão os objetivos de engajar mais atores nessa grande onda e colocar em prática os protótipos dos programas, em 2021. Qualquer organização, empresa e especialista que comungue dessa urgência pode apoiar e atuar no GOYN. Basta entrar em contato, por meio do preenchimento do formulário de adesão: https://bit.ly/facaparteGOYN

Somos muitos, somos tantas, mas precisamos de mais! Precisamos de você!

*Fontes de dados e informações deste artigo: Análise Accenture para GOYN (2020); Relatório “Juventudes, Educação e Projeto de Vida” (2020); Trabalhos dos sonhos de jovens hoje correm risco de não existir no futuro (2020); Estudo “Competências e Empregos: Uma Agenda para a Juventude” (2018); Relatório “Ações afirmativas das 500 maiores empresas do Brasil” (2016).

Assista à live na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=-BDD4c-2oVk

Quer acessar mais informações sobre a realidade dos jovens-potência? Clique aqui: http://bit.ly/dadosgoyn

Dia Viva Unido Juventude traz diversidade e responsabilidade social como tema de mentoria

Iniciativa anual do Programa Competências para a Vida, da United Way Brasil, o Dia Viva Unido Juventude reuniu colaboradores voluntários das empresas parceiras para trocar informações e experiências sobre suas trajetórias profissionais e discutir temas sociais com os jovens participantes do programa.

No ano marcado pela pandemia gerada pela Covid-19, o Programa Competências para a Vida, voltado às juventudes, realizou mais uma edição do Dia Viva Unido Juventude, no mês de outubro, desta vez no formato digital, respondendo às necessidades de distanciamento social exigidas pela crise sanitária.

Para isso, convidou colaboradores das empresas parceiras do programa para compartilharem suas experiências profissionais durante duas sessões de mentoria para jovens das cidades de São Paulo (SP) e Recife (PE).

Por meio de salas virtuais, criadas em uma plataforma digital, mentores (voluntários) dialogaram com os mentorados (jovens) para contar como chegaram aonde estão profissionalmente, sanar dúvidas e acolher as expectativas dos jovens sobre como superar os desafios que, muitas vezes, tendem a dificultar a caminhada em direção à realização profissional. 

“Neste ano, durante a realização das reuniões on-line do programa, os jovens definiram dois temas para explorar no Dia Viva Unido com os mentores voluntários: diversidade e responsabilidade social das empresas. Por isso, as conversas trouxeram essas duas temáticas como ponto de partida. Cada empresa explicou quais são suas políticas internas e como elas favorecem a inclusão dos diferentes stakeholders, além de apresentar soluções diferentes para lidar com a questão ambiental e social. Essa explanação mostrou o nível de engajamento das empresas com esses temas, que podem servir de parâmetro ao jovem quando tiver que escolher onde ele quer atuar profissionalmente”, conta Cintia Kogeyama, coordenadora da área de juventude da United Way Brasil.

As percepções dos jovens

O Dia Viva Unido Juventude tem como objetivo proporcionar aos jovens mais informações sobre as empresas e as diferentes profissões, com base na trajetória e percepção dos mentores voluntários. Em 2020, 128 jovens, de 16 a 27 anos, participaram dessa experiência. Eles estão ligados às organizações parceiras da United Way: ONG Pró-Morato e Coletivo Ermelino Matarazzo (SP), Coletivos Vila Rica e Cabo (PE) e os jovens aprendizes da empresa Lear (SC).

Nesta edição, os jovens foram mais a fundo para entender o quanto as empresas trabalham a diversidade e a responsabilidade social no dia a dia de suas equipes.

Do total dos participantes, 80 responderam a uma avaliação sobre essa experiência, sendo que, em uma escala de 1 a 5, 65 deram nota 5 para as políticas de diversidade e responsabilidade social das empresas; 63 aprovaram a agenda do Dia Viva Unido e 69 deram a nota máxima (5) ao evento.

“Foi uma experiência muito gratificante. Os voluntários são maravilhosos, sempre com um assunto na ponta da língua”, avaliou um dos jovens participantes. Outro ainda reforçou: “Foi muito bom e me trouxe muito conhecimento sobre as áreas da empresa”.

As percepções dos voluntários

O voluntariado corporativo é um dos pilares de atuação da United Way Brasil, promovido pelo Dia Viva Unido Juventude com o objetivo de fortalecer a causa dos jovens e de estimular a participação dos colaboradores em uma ação que terá impacto no sucesso profissional dos jovens do Programa Competências para a Vida. 

Em 2020, 63 colaboradores das empresas parceiras se candidataram para serem mentores do Dia Viva Unido Juventude. Do total, 34 responderam à pesquisa de avaliação, sendo que 27 deram nota máxima para o evento (5). Todos afirmaram que querem participar dessa experiência novamente e 28 dos respondentes acharam que suas empresas foram eficientes na divulgação da iniciativa para engajar suas equipes.

“Evento e proposta maravilhosos. Eu particularmente gostaria de estar presente em todos os eventos. Fiquei muito feliz”, revela um dos mentores voluntários. Outro ainda reforçou a importância da iniciativa: “Parabéns pela atitude da United Way Brasil e, principalmente, pela disposição dos jovens em participar! É tão bom para todos nós vermos que ainda existem tantas pessoas interessadas em pessoas”.

O Dia Viva Unido Juventude 2020 contou com a parceria e o engajamento das seguintes empresas: Eastman, Ecolab, Eli Lilly, Lear, Learn to Fly, Morgan Stanley, Owens IIIinois Brasil, PricewaterhouseCoopers, P&G.

Para saber mais sobre o voluntariado corporativo da United Way Brasil, acesse: https://uwb.org.br/o-que-fazemos/nossos-programas/voluntariado/