Neste mês da campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, realizada sob o âmbito da parceria do Programa Crescer Aprendendo com o Condeca, ressaltamos uma data importante: o Dia Mundial da Justiça Social (20 de fevereiro). Escolhemos o tema saúde para fechar o mês, porque não existirá equidade, diversidade e justiça para todas e todos se não cuidarmos do desenvolvimento saudável de cada criança nos primeiros anos de vida.
Você sabia que, em 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que saúde é um “estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”? Isso significa que ambientes complexos e realidades difíceis tendem a influenciar negativamente o desenvolvimento saudável das pessoas.
Diferentes condições de vida, conhecidas como “determinantes de saúde”, abrangem desde o histórico genético até fatores relacionados à ecologia global. Onde a pessoa nasce, cresce, estuda, trabalha e envelhece, assim como a forma em que se dá a distribuição de renda e a garantia (ou não) de direitos, são fatores-chave que impactam, também, a saúde integral de cada indivíduo.
No caso da primeira infância, onde tudo começa, cuidar da saúde das crianças tende a fortalecer os seus processos de aprendizagem e seu pleno desenvolvimento. No entanto, esse cuidado precisa ir além da boa alimentação, imunização e acesso a consultas médicas, que, sem dúvidas, são essenciais.
Saúde 360º
As diferentes dimensões da vida da criança exigem cuidados para que ela se desenvolva de maneira saudável em toda a sua existência, o que significa olhar para os aspectos físicos, mentais e sociais, proporcionando uma melhor predisposição para o aprendizado.
O cuidado da saúde na primeira infância começa no pré-natal e se segue nas visitas periódicas ao pediatra, tendo a Caderneta da Criança como a bússola para um monitoramento permanente.
Além de receber assistência de saúde de qualidade, ter acesso a todas as vacinas e à alimentação e ao sono adequados para cada idade, é imprescindível que a criança receba carinho, afeto, respeito e proteção, especialmente de adultos que são suas referências, que fazem toda a diferença no desenvolvimento e na aprendizagem infantil.
A criança saudável também é aquela em contato constante com a natureza, estimulada a brincar. Ela também recebe orientação sobre limites e afeto e vivencia relações positivas e afetivas com seus pares e com adultos de seu convívio.
Hidratar e se alimentar bem!
A alimentação e hidratação fazem parte da manutenção da saúde infantil. Mas vão além da nutrição em si, porque envolvem o especial contato com a mãe, já no útero e durante os primeiros seis meses, com amamentação exclusiva (leite materno ou fórmula); e com outros adultos, a partir da introdução de novos alimentos, iniciada após os seis meses.
Em cada etapa do desenvolvimento infantil, se a criança receber os cuidados adequados de nutrição, questões como transtornos alimentares, recusas e excessos, dentre outras relacionadas à alimentação, poderão ser evitadas. E como tudo isso pode ser realidade na vida de crianças em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica?
É extremamente necessário o empenho de todos os envolvidos na definição de políticas públicas de primeira infância, pois nessa etapa da vida as crianças estão em pleno desenvolvimento de suas competências socioemocionais, um período em que tudo se organiza e o vínculo afetivo criado lhes dará segurança para o enfrentamento de dificuldades.
“Um dos grandes avanços em termos de políticas públicas é a implementação do Marco Legal da Primeira Infância, que visa a organização de leis estaduais e federais, possibilitando meios de vivência saudáveis a todas as crianças”, ressalta Edinete Nogueira, consultora e psicóloga do Programa Crescer Aprendendo.
O terceiro setor também é responsável pela garantia do acesso à saúde e demais direitos da criança, podendo alavancar ações de amplo e positivo impacto. Por isso, iniciativas como o Crescer Aprendendo, programa implementado pela United Way Brasil (UWB), podem fazer a diferença.
Até abril de 2024, o programa acontece por meio da parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), financiado com o direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar, Elanco, Escola Móbile, Lear Corporation, O-I, Sanofi e 3M. São 450 famílias em situação de vulnerabilidade social das regiões do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio, localizadas em São Paulo, que são beneficiadas com segurança alimentar, apoio psicológico e formação sobre temas essenciais para fortalecer a saúde integral das crianças de 0 a 6 anos.
Por isso, encerramos o Fevereiro Laranja com um convite a você: vamos juntas(os) ampliar essa grande rede de apoio, para que as novas gerações possam crescer em uma sociedade saudável e próspera?