“A educação pode ajudar numa revolução social”. É nisso que Andre Lima, o entrevistado do mês, acredita e tem investido. Como voluntário da PWC, o economista participa há dois anos do Investir Vale a Pena, ministrando aulas que têm feito diferença na vida de centenas de jovens. E dezenas de voluntários.
Qual o perfil de seus alunos?
Participam do IVP jovens que buscam mudar suas vidas. Eles estudam em escolas públicas, buscam aulas de reforços ou de capacitação nas ONGs que participam do projeto (Pro-Morato e CEPAC), alguns deles trabalham, e todos os sábados, durante 12 semanas, vão até a Barra Funda, que é relativamente longe de suas residências, para estudar. A minha compreensão
sobre estes jovens é a de que eles buscam algo a mais na sua vida, querem ir mais longe, conhecer o mundo – mesmo que esse mundo se encontre na cidade ao lado de onde vivem.
Você aprende algo com esses jovens? Sim, muito. Ao se disporem a participar do projeto, os alunos demonstram uma persistência e força de vontade motivadora. Eles poderiam desistir no meio do caminho, pois desculpas e percalços não faltam. Mas o desejo de permanecer até o final é uma lição para qualquer um. Minha sensação é a de que, assim como os demais voluntários, aprendi muito mais com os alunos do que pude ensinar.
Em que medida a educação pode mudar uma vida?
Como voluntário e cidadão, acredito que os programas sociais do governo ajudam, mas apenas a educação pode contribuir para uma revolução social que dá oportunidade para jovens de comunidades carentes se sentirem realmente integrados à sociedade. Como disse a jovem paquistanesa Malala Yousafzai, que foi alvejada pelo regime Taleban por defender educação para meninas, em sua declaração à ONU: “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o Mundo”.