Nessa edição vamos conhecer um pouco sobre a trajetória Rosemary Gregio, que atua há 10 anos como Diretora Pedagógica do CEI São Noberto, Centro Social de Parelheiros, um dos lugares onde aconteceu o projeto de Escuta das Crianças da United Way Brasil. Atuando com educação há mais de 30 anos, Rose começou seu trabalho em Parelheiros como voluntária, até assumir de vez a direção do Centro Social.
Como você descobriu seu lado voluntário?
Desde pequena eu queria ser professora, nunca tive dúvidas. Tenho formação em Pedagogia e comecei dando aulas em escola particular. Ensinava História e Geografia para crianças da primeira série. Atuei vinte anos como professora e depois assumi o cargo de Auxiliar de Coordenação. Eu já era voluntária aqui no CEI São Noberto. Ajudava nas festas, arrecadava roupas e sapatos para o bazar e trazia livros. A fundadora do CEI me disse que o Centro iria fechar devido à falta de uma pessoa que administrasse o local. Eu decidi ir e arriscar. Posso te garantir que foi a melhor coisa que fiz!
Como foi receber o Projeto Escuta das Crianças no Centro Social de Parelheiros?
Posso dizer que o projeto é fantástico e completo! As crianças ficaram à vontade e contaram aquilo que desejam ter na escola. Um exemplo legal é o de uma menina que falou que queria o banheiro da escola igual ao de sua casa. Quando perguntamos o que ele tinha de diferente, ela disse que faltava um tapete. Isso passaria despercebido, mas as crianças sentem coisas que os adultos não dão importância. Parece simples, mas se isso traz para a escola uma ambientação mais caseira, pode automaticamente refletir no aprendizado das nossas crianças.
Quais são suas expectativas para a melhoria pedagógica que o Projeto da United Way Brasil traz para as escolas e para as crianças?
A United Way nos procurou para implantar esse projeto aqui na creche. Já havíamos trabalhado com eles no ano passado e tanto nós quanto eles adoramos a experiência e queríamos repetir. O projeto nos trouxe também a proposta de apoio às famílias. As professoras que atuam aqui, passaram a ouvir mais as crianças. Antes montávamos as atividades naquele método automático, e muitas vezes não ouvíamos as necessidades dos pequenos. Passamos a prestar atenção até mesmo no olhar deles e identificar o que eles precisam. O projeto nos trouxe benefícios no sentido de ter um olhar diferente em relação à educação.
Você poderia compartilhar conosco alguma história interessante que vivenciou junto ao Projeto Escuta das Crianças?
Claro! Um dia, fomos passear com as crianças aos arredores da escola – e aqui não é um bairro com muitas opções de brincadeiras, como parque ou praças. Uma menina nos disse que seria legal se houvessem mais árvores, porque falamos muito sobre natureza, mas não vivemos a natureza na prática. A partir dessa percepção, plantamos uma árvore pequena em um vaso, e quando mostramos a eles, todos correram para chamar os amiguinhos que estavam no recreio. Deu para ver a felicidade nos olhinhos deles.