As coalizões GOYN SP (Global Opportunity Youth Network São Paulo), 1MiO (Um Milhão de Oportunidades), Pacto Coletivo pelos Jovens e Jovens do Brasil se uniram com o mesmo objetivo para lançar duas iniciativas em prol das juventudes.
Em 20 de julho realizam o evento conjunto “Inclusão produtiva dos jovens: o papel das empresas para transformar uma geração”, que lança o estudo “Boas práticas na inclusão de jovens” e uma comunidade no LinkedIn para troca de experiências entre empresas sobre o tema. As duas iniciativas protagonizadas pelas organizações parceiras pretendem oferecer insumos para que empresas possam compartilhar suas experiências e aprendizados na inclusão produtiva de jovens, estimulando novas empresas a aderirem à prática.
Acompanhe o evento a partir das 9h30
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YouTube – https://youtu.be/oyEEGQ9PqVg
Lançamento do estudo
Com o objetivo de sensibilizar e apoiar as empresas na inclusão produtiva de jovens, o estudo “Boas práticas na inclusão de jovens” sistematiza e apresenta os principais aprendizados e recomendações para empresas que queiram investir nos jovens. A iniciativa acontece em um momento onde 27,1% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos estão desempregados, de acordo com dados divulgados pelo Atlas das Juventudes e Instituto Veredas.
Essa é a maior geração de jovens da história brasileira e a tendência é que nos próximos 40 anos ela se reduza à metade, portanto, promover oportunidades de educação de qualidade, formação profissional, inclusão digital e acesso ao mundo do trabalho é urgente para essa geração e não é um ato altruísta, é um investimento de médio e longo prazo no desenvolvimento do país. O Atlas das Juventudes também confirma que a inclusão dos jovens na educação ou no mercado de trabalho pode evitar prejuízos de até 1,5% do PIB dos países.
A organização do estudo é da Accenture e do GOYN SP (Global Opportunity Youth Network São Paulo), programa global articulado pela United Way Brasil com foco na geração de oportunidades de trabalhos decentes para as juventudes, e que tem em sua rede mais de 80 organizações. O programa GOYN teve início em São Paulo em 2020 e tem o objetivo de melhorar o patamar de renda de 100 mil jovens até 2030.
O estudo “Boas práticas na inclusão de jovens” se apresenta como um guia prático no desenho da Jornada da Inclusão Produtiva em uma empresa, por meio de 4 fases: formação (capacitação do jovem), planejamento (definição de estratégia e fomento), recrutamento (ações de recrutamento) e trabalho (vivência profissional). Cada momento é dividido em 3 etapas descritas em: o que pode ser feito, quem pode ajudar, recomendações e pontos de atenção.
“Esse documento é apenas o começo. Uma empresa que deseja empregar jovens deve, como primeiro passo, entender esse ecossistema e formar parcerias que fortaleçam sua iniciativa. Talvez o maior aprendizado deste estudo esteja em pensar a inclusão produtiva não como uma atividade isolada do empregador e sim como uma ação conjunta que se fortalece com as atividades existentes do terceiro setor e poder público e a partir disso gera as oportunidades de trabalho”, diz Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil, entidade articuladora do GOYN SP.
Cases de sucesso podem ser replicados em empresas
O documento apresenta também 5 práticas de destaques de programas realizados nas empresas Itaú, Coca-Cola Brasil, Funcional Health Tech, PwC e Magazine Luiza. As práticas selecionadas são exemplos de como executar algumas das recomendações presentes na Jornada.
O Banco Itaú vai além das cotas obrigatórias e promove inclusão de jovens através de programas de jovens aprendizes, estágio, trainee e vagas de perfil júnior. O programa de jovens aprendizes tem registro desde 2012 e alcançou a marca de 17 mil jovens impactados, com um média de 1.500 jovens ao ano. O número de aprendizes efetivados é de 4.490 jovens encarreirados. O programa de estágio começou em 2000 e já impactou 45.618 jovens, dos quais foram efetivados 24.824. Nos últimos 3 anos a média de estagiário por ano é de 4.738 jovens. A taxa de efetivação é de 40% para o programa de jovem aprendiz e 65% para o programa de estágio.
A PwC faz inclusão de jovens por meio do programa de jovens aprendizes desde 2006. Em 2016 o programa passou por uma reestruturação que teve como objetivo final o impacto social e inclusão de jovens em contexto de vulnerabilidade, totalizando 570 jovens no período de 2016 a 2021. Em 2020, 81% dos aprendizes foram efetivados.
A Coca-Cola Brasil possui um programa de jovens aprendizes e estágios, criados em 2016, com 60 jovens impactados em 2021. Todos estes jovens provêm do programa Coletivo Jovem, iniciativa de empregabilidade do Instituto Coca-Cola Brasil que oferece formação, apoia na candidatura às vagas e, durante o recrutamento, oferece a infraestrutura para quem precisa.
Para a empresa de tecnologia Funcional Health Tech, investir na parceria com instituições de ensino do terceiro setor foi a oportunidade de reforçar os valores e a cultura organizacional e, consequentemente, contratar profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho. Este é o primeiro ano do programa, que conta com a contratação de 10 jovens para os cargos de entrada e previsão de mais 7 vagas até o final de 2021.
O Magazine Luiza conta com uma cultura empresarial inclusiva que estimula os estudos com bolsa auxílio e um programa de aprendizagem com taxa de efetivação de 72% nas áreas corporativas. A empresa faz inclusão de jovens através do programa de jovens aprendizes, estágio e trainee. O programa de Jovem Aprendiz atualmente conta com aproximadamente 1670 jovens. No último ano, 450 jovens que tiveram seus contratos encerrados no período foram efetivados e mais 370 foram admitidos no programa.
Outro programa do Magalu com foco em jovens talentos é o Programa Trainee, que gera oportunidade para jovens recém formados em universidades ou às vésperas da formatura. Em 2021, o programa teve 100% de suas vagas dedicadas a contratação de jovens negros. Ao término do programa todos têm oportunidade de assumirem posições em áreas estratégicas da companhia com cargo inicial de Analista Sênior e com forte projeção de carreira para posições de liderança.
União de movimentos pela inclusão
“Os jovens, hoje, mais do que nunca, são o ponto focal da nossa atuação. É buscando criar oportunidades e reduzir barreiras de acesso ao mercado de trabalho que criamos o movimento Pacto Coletivo Pelos Jovens, com o objetivo de convocar empresas e organizações para atuar em conjunto com foco na expansão de vagas de emprego para jovens, em oferecer mais oportunidades de desenvolvimento profissional e em estabelecer processos seletivos mais inclusivos”, conta Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil. “A trajetória rumo à inclusão produtiva de jovens-potências deve ser um esforço coletivo e intencional, em que todos nós precisamos refletir e estar atentos a vieses e estereótipos a fim de facilitar a criação de espaços para essas pessoas possam prosperar e que ciclos de pobreza sejam interrompidos”.
Além do estudo, será lançado no mesmo dia a Comunidade de Práticas, um espaço na rede social LinkedIn aberto para todas as empresas e profissionais interessados em trocar experiências, boas práticas e desafios sobre a inclusão produtiva jovem. “As empresas estão em níveis diferentes de maturidade na inclusão dos jovens e a troca entre elas é fundamental para potencializar essa agenda, visando não apenas a importância de ampliar o número de vagas para as juventudes, sobretudo os mais afetados pela falta de oportunidades, mas o olhar para a retirada de vieses nos processos seletivos, para o acolhimento, mentoria e desenvolvimento de carreira e o apoio nos casos de violências e violação de direitos”, destaca Gustavo Heidrich, oficial do UNICEF no Brasil para iniciativa Um Milhão de Oportunidades.
A Comunidade já nasce com a força de mais de 90 empresas que fazem parte da rede das iniciativas GOYN, 1MiO, Pacto Coletivos pelos Jovens e Jovens do Brasil e contará com fóruns, conteúdos formativos, apresentação de cases, artigos e histórias de vida.
“A chave para mudar a realidade das juventudes brasileiras e destravar o potencial dessa geração é a oportunidade. E isso não se resume a criação de vagas, vai muito além. Começa na criação de um programa que seja genuinamente inclusivo desde a seleção até a capacitação e progressão de carreira. Precisa ter uma preocupação real em valorizar o que novo esses jovens podem trazer para as organizações e não em enquadrá-los no perfil padrão das atuais referências pouco diversas que povoam grande parte das empresas. Esse é o favor que vemos na troca e evolução contínua de uma comunidade de boas práticas”, finaliza Fernanda Liveri, Coordenadora Geral do Movimento Jovens do Brasil.