Como apoiar a saúde mental e emocional das mães-solo?

Para dar continuidade à campanha #ColorindoOCuidadoNaPrimeiraInfância, o Programa Crescer Aprendendo, da UWB, traz para o diálogo o tema do mês de janeiro: conscientização da saúde mental e emocional. A nossa campanha, que integra as ações da parceria do programa com o Condeca, quer focar no bem-estar de cuidadores da criança pequena, especialmente mães-solo em situação de vulnerabilidade.

A iniciativa nacional Janeiro Branco tem como objetivo alertar a população para os cuidados com a saúde mental e emocional, a partir da prevenção de doenças causadas pelo estresse, como ansiedade, depressão e pânico. Não é incomum que mães passem por situações exaustivas, especialmente aquelas que não contam com parceiras(os), nem rede de apoio para exercer a maternidade, uma jornada repleta de desafios.

Essa realidade é ainda muito mais complexa para as mães-solo da periferia, que vivem uma situação de vulnerabilidade não só econômica, mas também apresentam um aspecto emocional fragilizado que impacta negativamente a saúde mental.

A escassez de recursos básicos, emprego instável, moradia insalubre, ambientes violentos são rotina na vida de muitas delas, que se sentem permanentemente ameaçadas e sem condições de proteger seus filhos.

A inexistência de uma rede de apoio sólida acaba deixando essas mães emocionalmente isoladas, sem o suporte necessário para garantir bem-estar às crianças. Além disso, muitas delas, que vivem nessas condições, são vítimas de preconceito e do julgamento social, que as excluem de espaços e oportunidades. Perder o emprego ao voltar de licença-maternidade ou não ser contratada porque têm filhos ou, ainda, porque moram “longe”, são situações comuns vivenciadas por parte   dessas mulheres.

Outro aspecto que fragiliza a saúde mental (e física) das mães é manter o equilíbrio entre as atividades que têm de exercer no trabalho, na maternidade e na rotina da casa.

Todos esses aspectos levam à insegurança, ansiedade e ao medo frequentes , gerando  impacto na autoestima,  e intensificado a presença de sentimentos negativos que podem causar depressão, crises de pânico e outras doenças.

A falta de acesso a serviços de saúde na periferia também é uma questão crítica para elas, que não recebem informações sobre os cuidados e a importância de preservar a saúde mental, o que acaba por perpetuar o ciclo do sofrimento silencioso.

Por isso, é urgente estruturar mecanismos e oferecer ferramentas de apoio às mães-solo que criam seus filhos nas regiões mais vulneráveis.

COMO GARANTIR MAIS SAÚDE MENTAL E EMOCIONAL ÀS MÃES-SOLO?

Para fortalecer a saúde das mulheres em situação de vulnerabilidade são essenciais políticas públicas e uma atuação efetiva do sistema de cuidado e proteção. Garantir acesso à informação, aos meios de prevenção e recursos para tratamento de doenças emocionais são algumas formas de proporcionar bem-estar para elas e, consequentemente, para os filhos que estão sob seus cuidados.

A atuação das organizações sociais também se mostra essencial para que mães recebam suporte para si e suas crianças. É por isso que a UWB executa, nos territórios periféricos, o Programa Crescer Aprendendo.

A metodologia prevê uma curadoria de conteúdos elaborados por educadores, psicólogos e nutricionistas que compõem formações presenciais e on-line com foco nas famílias, especialmente nas mães-solo. As participantes também recebem apoio psicológico, em um espaço de escuta qualificada para as dores e angústias vivenciadas em seu cotidiano, além da possibilidade de garantia de  segurança alimentar para as crianças. O programa orienta as mães a frequentarem os equipamentos públicos e buscar seus direitos, ajudando-as a encontrar serviços que atendam às suas necessidades.

Uma rede de apoio é construída com as beneficiárias do programa, por meio de grupos no WhatsApp, permitindo a troca de experiências, de informações e a identificação de situações mais complexas que necessitem da intervenção de profissionais.

Essas ações ajudam as mulheres que criam seus filhos sozinhas a lidar com a insegurança, com os medos e as dificuldades, aliviando tensões e pressões que o exercício da maternidade, em ambientes desfavoráveis, acaba por gerar.

Atualmente, e até abril de 2024, o Programa Crescer Aprendendo acontece por meio da parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP), cujo financiamento é feito pelo direcionamento do Imposto de Renda das empresas Caterpillar Inc., Elanco, Escola Móbile, Lear Corporation, O-I, Sanofi e 3M. A iniciativa tem beneficiado 450 famílias da região do Campo Limpo, Jardim Ângela e Parque Santo Antônio, em São Paulo, para incentivar a aprendizagem, a convivência familiar e comunitária cada vez mais saudáveis e seguras.

Na campanha Janeiro Branco de 2024, cujo slogan é “Saúde Mental, enquanto há tempo”, reforçamos o nosso compromisso com o desenvolvimento integral das crianças brasileiras, que também depende de mais bem-estar para suas mães e seus cuidadores. Vamos juntas(os) fortalecer essa grande rede de apoio para que a primeira infância possa crescer em uma sociedade mais digna e saudável.

#VamosJuntos #SaúdeMental #FormaçãoParental #UWB