Imagine-se jovem, no pós-pandemia, com 16, 18, 20 anos… Querendo definir caminhos pessoais e profissionais para ter um presente e um futuro de sucesso, apesar da crise. Imagine-se, ainda, como um participante do programa Competências para a Vida que, ao longo de três meses, vem recebendo formação a distância, por meio de conversas com educadores e com outros jovens, além de sessões de mentoria ministradas por profissionais de grandes empresas, que se voluntariam para apoiar as juventudes em situação de vulnerabilidade.
Esse é o universo de pessoas que, além de tudo isso, também participam do Viva Unido Juventude, uma ampla ação de voluntariado corporativo, realizada anualmente pela United Way Brasil. A iniciativa reúne públicos diferentes (empresas, colaboradores e jovens) para conversarem sobre temas como empregabilidade, oportunidades, diversidade e responsabilidade social, essenciais à promoção de um ecossistema produtivo mais equitativo e sustentável. A ideia é proporcionar para ambos os lados (juventudes e colaboradores voluntários das corporações) um espaço qualificado de mútua aprendizagem e trocas. Mas o objetivo central é oferecer aos jovens escuta e acolhimento a fim de inspirá-los na construção de seus projetos de vida.
O Viva Unido Juventude 2021 aconteceu em outubro, marcado por uma semana intensa de encontros virtuais animados, cheios de histórias de vida e de boas perspectivas de futuro e de sucesso para esses jovens cheios de garra e motivação.
Nesta edição, nas 20 horas de encontros virtuais, 208 jovens de 16 a 25 anos, de São Paulo, Francisco Morato, Campinas, Valinhos, Suzano, Jaboatão dos Guararapes/PE, Manaus e Rio de Janeiro, contaram com 76 colaboradores voluntários das empresas que aceitaram o convite para participar da iniciativa:
Johnson Controls, Lenovo, Lilly, P&G, O-I, 3M e Covestro (a ser realizado em novembro).
Todos juntos pela mesma causa: o futuro das juventudes
Na sala virtual, com mais de 35 pessoas, aconteceu uma das 10 sessões da semana Viva Unido Juventude. Câmeras abertas, gente diferente se olhando e, de repente, um senhor simpático e comunicativo faz a primeira intervenção e apresenta a empresa e alguns colaboradores voluntários, que também participaram da conversa. Ele nada mais é do que Waldemar Scudeller Jr, presidente, no Brasil, da Johnson Controls. Imagine a sensação dos jovens ao saberem que um representante do topo da hierarquia, da multinacional especializada em sistemas de segurança e inteligência artificial, decidiu ser voluntário e está ali, para conversar com eles e elas…
Esse foi só o começo, porque, em seguida, gestores de outras áreas da empresa também se apresentaram. Depois de um bate-papo mais geral, em que os jovens fizeram perguntas sobre políticas de contratação e a área de atuação da Johnson Controls, voluntários e participantes do programa Competências para a Vida foram para diferentes salas virtuais, onde teve de tudo: dicas práticas (links para fazer cursos gratuitos, maneiras de manter o LinkedIn atualizado, opções de carreiras, o que é importante falar na entrevista, como pensar o currículo, quais apoios buscar etc.) e emocionais (de que forma enfrentar os medos, não desistir e não desanimar etc.).
“Na entrevista, não tenham vergonha de falar se seus desafios, do que consideram que precisam melhorar. O que os recrutadores querem saber é o que vocês estão fazendo para superar suas dificuldades.”
Voluntária Juliana Tomassani, Lilly
Inclusão na prática
Thais Farias trabalha na Lilly, uma das empresas parceiras do Competências para a Vida no Viva Unido Juventude. Aos 16 anos, ela conseguiu seu primeiro emprego no telemarketing. O detalhe é que Thais possui deficiência auditiva e falar ao telefone, além de ser intimidador, era um desafio.
Mas a então jovem não desanimou e conseguiu cumprir o seu trabalho, passou por outras empresas, onde adquiriu mais experiência, e está há três anos na Lilly, como assistente de uma equipe ligada à área jurídica.
A diversidade, um dos temas da edição do Viva Unido Juventude, foi pano de fundo dessa conversa, que levou aos jovens participantes uma visão mais contemporânea das corporações que assumem sua responsabilidade social.
Para os diferentes colaboradores das empresas participantes do Viva Unido Juventude, as coisas estão mudando e a preocupação em promover a equidade, contratar jovens, mulheres, priorizar negros e negras, pessoas com deficiência, LGBTI+ têm sido uma realidade crescente no mundo corporativo, um alento para as juventudes que, embora tenham pouca experiência técnica, possuem uma bagagem de competências socioemocionais de dar “inveja” a muitos profissionais com anos de carreira.
Nesse sentido, comitês de inclusão e diversidade nas corporações foram citados pelos voluntários como espaço para diálogos e construção de soluções que contemplem e valorizem as diversidades. Bom para as equipes, que ganham novos olhares, bom para as empresas, que fortalecem suas marcas e seus negócios.
Um conselho que muitos deram aos jovens foi para que conheçam o posicionamento social das empresas onde pretendem trabalhar. Os propósitos das companhias precisam condizer com os valores e planos de vida e de carreira das juventudes para que façam sentido.
Depois das conversas em grupos, no retorno ao plenário, eram visíveis os sorrisos e a sensação de que o Viva Unido Juventude, mais uma vez, cumpriu seu papel, oferecendo novas possibilidades aos jovens para que reflitam sobre suas carreiras.
Para os voluntários, as conversas os levaram ao passado, quando estavam nessa mesma situação, em busca do primeiro emprego. Puderam sentir os desafios e as vitórias ao compartilharem suas trajetórias, sabendo que esses aprendizados são importantes legados. Uma contribuição incrível para o sucesso das novas gerações do País.