Como parte da série promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a live “Responsabilidade Social na Prática – ESG e Primeira Infância” debateu como os primeiros anos de vida podem ser foco de políticas corporativas e fortalecer a agenda ESG. Na ocasião, a United Way Brasil lançou o Guia de Primeira Infância para Empresas, uma plataforma digital que contém mais de 600 ações com esse propósito.
No último dia 24 de junho, a live “Responsabilidade Social na Prática – ESG e Primeira Infância”, realizada pela Fiesp, debateu como ações focadas na criança e nas suas famílias, os colaboradores e colaboradoras das empresas, são essenciais para a sustentabilidade não só da sociedade como um todo, mas para fortalecer os negócios e agregar valor às marcas.
“Desde 2019, temos desenvolvido um trabalho para sensibilizar os empresários e as empresas no sentido de que é preciso formar uma rede em favor da primeira infância. Você pode atuar pela primeira infância mobilizando os seus pares – outros empresários para que também façam essas ações -, mas também realizar ações de impacto e influenciar o desenvolvimento de políticas públicas em favor da primeira infância. A empresa tem um papel bastante relevante e significativo neste processo”, reforçou Gracia Fragalá, vice-presidente do conselho superior de responsabilidade social da Fiesp, que moderou o debate.
Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, apontou vários argumentos sobre porque a primeira infância deve ser foco das políticas internas e ações externas das companhias, sendo enfática ao concluir sua fala: “A primeira infância é considerada a política pública mãe das demais. Ela é transversal, ela é básica para tudo. A gente tem visto também as pessoas discutirem que ela é base inclusive para as políticas ambientais, não só sociais, porque a gente tem o ser humano que vive no meio ambiente. Se a primeira infância é um tema transversal a tudo, se ela é base para tudo, talvez ela não seja concorrente de outras causas que as empresas já tenham assumido e sim base para elas e transversal a elas. Eu acho que a gente tem que pensar desse ponto de vista também de políticas que são básicas para todas as outras que, inclusive, alavancam as demais.”
Sônia Favaretto, conselheira de administração, presidente do conselho consultivo da GRI Brasil, SDG Pioneer pelo Pacto Global das Nações Unidas, trouxe a pauta do ESG para o debate. “Os investidores, cada vez mais, escolhem as empresas onde vão alocar recursos a partir da sua agenda ambiental e, com a pandemia, agenda social. Por isso, o S do ESG entrou ainda mais em destaque. Os investidores querem saber no detalhe qual é o plano de saúde da sua empresa, quais são as práticas que vocês têm tido e eu acho que primeira infância aqui tem um gancho incrível para as empresas se posicionarem”, ressaltou.
Políticas de primeira infância na prática
Na segunda parte do evento, duas empresas trouxeram suas ações e políticas focadas nos primeiros seis anos de vida. João Paulo, gerente de desenvolvimento sustentável na Special Dog, citou várias iniciativas, dentre elas, o Programa para Pais que, “desde seu lançamento, já beneficiou 250 papais e mamães e 200 bebês. Um programa que começou com as mães, com capacitação, e que depois passou a envolver os pais”, explicou. Para além dos muros da empresa, localizada na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), a Special Dog Company é parceira de um projeto de formação de gestores da educação infantil, juntamente com o Instituto Avisa Lá, desde 2017, beneficiando, diretamente, mais de 200 profissionais da rede de educação do município e mais de 1.800 crianças.
Fernando Luciano, diretor de talentos da Vivo, compartilhou as ações focadas na paternidade diversa. “Por que a gente trouxe esse tema? Porque a gente entendeu que tinham novos contornos ao redor da licença- paternidade, que acabou evoluindo e mudando para licença parental, porque entendemos que estamos em um Brasil diverso, em um mundo diverso e essa diversidade está também nas nossas famílias”, comentou. A empresa estendeu a licença parental para 30 dias com 5 dias prorrogáveis. “Tivemos um retorno muito positivo da companhia por ter ampliado a licença parental e ela também é extensiva a casais homoafetivos ou a mães também que não tenham tido filho ou uma mãe depois da gravidez ou que tenha adotado o filho”, contou Fernando.
Guia de Primeira Infância para Empresas
Lançado no evento, o Guia é uma plataforma digital que reúne mais de 600 iniciativas voltadas à primeira infância implementadas por empresas de diferentes áreas e portes. A ideia é criar uma grande rede de corporações voltadas à causa e promover o compartilhamento de práticas para que as companhias possam revisitar ou implementar políticas internas e ações na comunidade com foco nos primeiros anos de vida.
O Guia é fruto da parceria entre United Way Brasil, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard van Leer e Fundación Femsa.
A plataforma é gratuita e você pode acessá-la neste link: https://empresaseprimeirainfancia.com.br/
“Garantir a preservação da humanidade significa dar condições para que as novas gerações se desenvolvam plenamente e possam vivenciar a fase adulta na sua plenitude, como cidadãos conscientes de seu papel na manutenção de um ecossistema integral de relações saudáveis e inclusivas”– Guia de Primeira Infância para Empresas. |