Com o objetivo de ajudar mais famílias em situação vulnerável a enfrentarem os desafios da pandemia, em 2020 o programa migrou a formação de pais e responsáveis para o formato digital, ganhando escala. Os resultados surpreenderam e reforçaram a importância da parceria com empresas socialmente responsáveis.
Em 2019, o programa de primeira infância Crescer Aprendendo acontecia em 12 Centros de Educação Infantil (CEI) e em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) no extremo sul da cidade de São Paulo, com reuniões presenciais para famílias de crianças de 0 a 6 anos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, além do acesso a informações sobre desenvolvimento infantil por meio de uma plataforma digital.
Com a chegada da pandemia, a equipe do programa rapidamente reestruturou toda a capacitação para o formato digital, com base em uma pesquisa sobre a melhor forma de compartilhar conteúdos e favorecer a interação das famílias. O resultado da análise trouxe o WhatsApp e a realização de lives como estratégias eficazes, por estarem ao alcance de grande parte desse público. Também detectou a importância de oferecer segurança alimentar e, por isso, o programa incluiu a distribuição de cartões-alimentação, com recargas mensais que geraram o aporte total de R$ 634,9 mil.
O investimento na primeira infância
Todas as mudanças e logísticas do programa se concretizaram porque empresas que já eram associadas à United Way Brasil (Ecolab, Lear, O-I, P&G e Phoenix Tower) e duas novas corporações (3M e FEMSA) abraçaram esse compromisso, aportando recursos e cooperação para o êxito do Crescer Aprendendo digital.
As parcerias possibilitaram que o programa atendesse quase três vezes mais famílias. Eram 853 em 2019 e passaram a 2.500 famílias em 2020, beneficiando 2.900 crianças em 12 cidades de 4 estados. Para fazer a interface com pais e responsáveis em cada território e apoiar a logística, o programa selecionou 14 CEI e EMEI e 23 ONGs. Toda uma rede foi estruturada para garantir o sucesso do programa, por meio de um trabalho coletivo e colaborativo, que envolveu diferentes atores, sempre com foco nos lares com crianças pequenas.
Em 2021, o objetivo é ampliar a iniciativa para outros territórios. Isto porque o momento exige intervenções transformadoras, inclusive aquelas que possam, de alguma forma, mitigar a falta de recursos dessas populações vulneráveis que, sem o auxílio emergencial, emprego e outros benefícios, não têm como sustentar seus filhos e garantir o bem-estar básico. As estatísticas indicam que, em 2021, 63 milhões de indivíduos vivem abaixo da linha da pobreza e 20 milhões estão abaixo da linha da pobreza extrema. Por isso, o Crescer Aprendendo tem trabalhado na prospecção de novas empresas para que possam conhecer a proposta e o quanto ela favorece o enfrentamento das desigualdades sociais.
No Ceará, por exemplo, onde o programa atuará em diferentes municípios, a United Way Brasil convidou a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e a Great Place to Work (GPTW) para unir esforços e apoiar a primeira infância no Estado.
Poucos investimentos são tão lucrativos quanto os realizados nos seis primeiros anos de vida. Segundo James Heckman, prêmio Nobel de Economia de 2000, aportar recursos em programas voltados às crianças garante, anualmente, 13% de retorno às diferentes populações, porque diminuem gastos com saúde, educação e assistência social.
Avaliação mostra avanços em escala
Os resultados da pesquisa realizada pela organização FICAS com os participantes do Crescer Aprendendo digital, ao ingressarem no programa e no final do ano, mostraram que a iniciativa alcançou seus objetivos e hoje se configura como uma tecnologia social a ser implementada em quaisquer municípios e estados que queiram fortalecer o desenvolvimento integral de crianças até 6 anos.
A porcentagem de pessoas que afirmavam, inicialmente, não saber nada sobre desenvolvimento infantil caiu de 4% para 0,4% após a formação oferecida pelo programa. Ao mesmo tempo, 23% de pessoas se reconheciam como conhecedores do tema. No final do ano, esse número pulou para 71,8%.
Na implementação do programa, quando perguntadas se conversavam com as crianças para entender seus sentimentos e comportamentos, 77% das famílias disseram que sim. Na pesquisa realizada em dezembro de 2020, essa porcentagem subiu para 93%.
A avaliação final também detectou que 99% das famílias afirmaram ter melhorado nos cuidados com as crianças; 60% disseram que as crianças estão menos irritadas e agressivas e 95% declararam que hoje conseguem entender melhor o seu papel na família e, portanto, mudaram atitudes e comportamentos.
Para 92% dos participantes, o programa ofereceu apoio emocional nos grupos de WhatsApp e nas conversas individuais com a psicóloga. Sobre os conteúdos compartilhados, 88% informaram que acessaram todos ou quase todos.
A sua empresa pode fazer parte dessa rede de apoio às famílias, especialmente nestes tempos em que os efeitos da pandemia nas populações mais vulneráveis são nefastos, prejudicando o bem-estar das crianças, de seus pais e responsáveis e comprometendo os rumos do desenvolvimento social e econômico do país.Vamos juntos fazer a diferença! Entre em contato conosco: paula@uwb.org.br