Do que as famílias precisam para cuidar das crianças nestes tempos?

É essencial criar ações intencionais para apoiar pais, mães e responsáveis a fim de que cumpram o seu papel no desenvolvimento integral dos pequenos, especialmente nesta fase complexa pela qual passamos. Confira que ações são estas, segundo Gilvani Pereira Grangeiro, especialista em primeira infância.

 “As famílias precisam de apoio e o tripé bem-estar físico, mental e social é essencial para que possam cuidar de forma plena da saúde das crianças”, explica Gilvani Pereira Grangeiro, Mestre em Saúde Materno Infantil pela Fiocruz, com formação em Liderança Executiva para o Desenvolvimento da Primeira Infância pelo Center on the Developing Child, da Havard University. Dentre outras atuações, Gilvani é consultora do programa Crescer Aprendendo, da United Way Brasil. 

Para ela, é fundamental criar espaços de escuta qualificada, compartilhar sentimentos e sensações, e refletir sobre temas que promovam a parentalidade positiva. 

O diálogo é o melhor caminho para se chegar até as famílias, para trocar experiências, para dividir preocupações e pensar soluções que superem os desafios decorrentes do distanciamento social gerado pela pandemia.

 “Ao conversarem com seus pares, mães, pais e responsáveis se sentem menos desconfortáveis com a situação complexa que vivenciam, porque percebem que não estão sozinhos e que outros passam pelos mesmos dilemas”, reforça.

Outro aspecto que Gilvani destaca como essencial é a possibilidade de encaminhar as demandas à rede de atendimento. “É importante que os profissionais mostrem às famílias os equipamentos públicos que podem ajudá-las a cuidar do seu bem-estar e de seus filhos e filhas. Além disso, esse movimento tende a demandar da rede de atenção ações que fortalecem os serviços para atender melhor a criança”, ressalta.

Gilvani também defende que este tempo de maior permanência em casa pode ser otimizado em favor do fortalecimento dos pais e cuidadores. Ao criar meios de levar informação e formação aos adultos, ampliam-se o olhar e o cenário da percepção das famílias sobre a importância dos seis primeiros anos para toda a vida da criança. 

Os efeitos da pandemia

Há mais de um ano e meio vivenciando o isolamento social, que retira as crianças do convívio saudável com seus pares e com outros adultos, são justificáveis as regressões no comportamento infantil que vêm ocorrendo com frequência, preocupando as famílias.

Um exemplo é o aumento da birra decorrente do pouco gasto de energia, pela falta da escola, muitas vezes, que gera diminuição da convivência social e comunitária. Retorno a estágios anteriores do desenvolvimento, como voltar a fazer xixi na cama depois de ter sido desfraldada, choros constantes, falta de sono e de apetite e apatia são alguns dos efeitos na criança de uma rotina de restrições. Ou seja, a saúde dos pequenos pode estar em risco.

Nesse momento, o papel da família faz toda a diferença. Acolher no lugar de isolar, envolver no lugar de confrontar, dialogar no lugar de castigar são alguns encaminhamentos que tendem a ajudar os dois lados dessa relação: a criança, porque se sentirá amada e respeitada, e o adulto, que terá meios positivos de lidar com questões difíceis trazidas pelo atual momento. Reforça-se assim a saúde emocional. 

Entender o cenário e ter estrutura para atuar positivamente no convívio com a criança são habilidades que nem todos os cuidadores possuem, por isso, eles precisam de estímulos para as desenvolverem, o que exige ações intencionais que promovam essa consciência e sensibilização.

Programa Crescer Aprendendo: estratégia para fortalecer a parentalidade positiva

“O Crescer Aprendendo oferece um espaço qualificado de escuta e diálogo com as famílias. Dá suporte psicológico e de segurança alimentar. Mesmo com ações virtuais, por conta da pandemia, consegue chegar aos pais e responsáveis por meio de informações lúdicas sobre temáticas fundamentais para a garantia da saúde plena de seus filhos e filhas”, opina Gilvani. 

Desde 2020, o programa migrou suas ações presenciais para o formato virtual e já atendeu a mais de 3 mil famílias, por meio de interações no WhatsApp, distribuição de cartões-alimentação e apoio de psicólogas. Também realiza lives com especialistas para promover interações e acesso a conhecimentos sobre questões primordiais ao desenvolvimento infantil.

“Neste momento ainda confuso, de retomadas e isolamento parciais, o programa apoia a família até na tomada de decisões conscientes, como a de mandar ou não suas crianças para a escola. O mais importante é dar informações de maneira didática que ajude os pais naquilo que irão realizar para garantir o melhor para seus filhos, especialmente as famílias mais vulneráveis, o público-alvo do programa”, reforça Sofia Rebehy, coordenadora do Crescer Aprendendo.

“Precisamos, cada vez mais, estruturar soluções que fortaleçam os cuidadores, ampliem seus conhecimentos e promovam a escuta. O Crescer Aprendendo tem essa missão, que vem cumprindo em 16 cidades de 5 estados, apoiando quase 2,5 mil famílias, em 2021”, ressalta Gilvani.

Clique aqui e conheça mais sobre o programa: https://uwb.org.br/o-que-fazemos/nossos-programas/crescer-aprendendo/

Navegue pelos temas sobre primeira infância e use esse conhecimento no seu trabalho pelo desenvolvimento infantil: https://uwb.org.br/crescer-aprendendo-digital/

E fique ligado: no dia 27 de agosto, das 17 às 18h, nas redes sociais da United Way Brasil, participe da live “A importância da parentalidade na promoção do desenvolvimento infantil”. Não perca!

Live debate a importância da parceria família-escola para retorno seguro

Realizado no dia 25 de junho, o evento reuniu especialistas para discutir práticas que possam preparar crianças, suas famílias, professores e funcionários da escola para a retomada das atividades presenciais.

“Parceria família e escola: por uma volta mais segura às atividades presenciais” foi o tema da terceira live de 2021 realizada pelo programa de primeira infância Crescer Aprendendo Digital, da United Way Brasil.

Para debater e trazer informações aos pais, às mães e aos responsáveis participantes do programa, foram convidadas Ana Escobar, pediatra; Paula Mendonça, educadora e coordenadora das áreas de cidade e educação do Programa Criança e Natureza, do Instituto Alana; Joelma Xavier de Oliveira, gestora de escola; e Jamíria Cordeiro de Araújo Andrade, professora de educação infantil, ambas de Sobral (CE), município parceiro do Crescer Aprendendo.

Sobre os riscos de contaminação e transmissão do novo coronavírus, uma questão que continua preocupando muitas famílias, a pediatra Ana compartilhou informações importantes para tranquilizá-las, por exemplo, que, embora as crianças possam se contaminar, o que é mais raro, geralmente os sintomas são leves e não evoluem para quadros graves. Elas também podem transmitir a Covid-19, mas isso pouco acontece, segundo estudos recentes. 

De qualquer forma, é claro que um amplo sistema de prevenção precisa ser implementado nas escolas para a volta presencial. “Este ano, usamos a semana pedagógica para entender e estudar os protocolos de segurança sanitária, quais as adaptações que tínhamos de fazer. O manual foi repassado também para a área administrativa. Depois fomos à prática e hoje nós estamos preparados para o retorno. Vamos atender 35% das crianças matriculadas e toda a equipe vai trabalhar com equipamentos de segurança (EPI)”, revela Joelma, diretora do CEI Domingos Olímpio, em Sobral. 

Natureza e espaços abertos como aliados da educação infantil

Estudar em espaços abertos, especialmente na natureza, traz grandes benefícios para o aprendizado e desenvolvimento da criança, além de fortalecer o seu sistema imunológico. Diante do cenário da pandemia, e pensando na retomada, usar tais espaços se torna uma opção ainda mais valiosa para proteção de todos. “A gente vem sugerindo que as escolas, na volta das aulas presenciais, usem pátios, quadras, jardins para as atividades. As escolas que não possuem espaços assim, podem fazer parcerias dentro de seus territórios para ocupar praças e equipamentos públicos, sempre seguindo os protocolos. Nós acreditamos que o uso desses espaços diminui os riscos de contaminação e promovem o bem-estar das crianças e dos adultos”, explica Paula, do movimento Criança e Natureza.

Crianças, vacinas e retorno

Algumas famílias, temerosas com a situação, ainda crítica em muitas cidades, expressam que só se sentirão seguras quando seus filhos e suas filhas forem vacinados. No entanto, durante o debate, e sabendo-se do baixo nível de contaminação e transmissão entre as crianças, as especialistas chamaram a atenção para uma realidade complexa, relacionada à ausência de escola: as crianças estão no fim da fila da vacinação. Segundo alguns estudos, pelo menos 75% da população terá de tomar as duas doses para se chegar ao controle da pandemia. Depois, quem sabe, os pequenos também serão imunizados. Nesse período, o que pode acontecer com as crianças? Todo esse tempo de espera tende a afetar o desenvolvimento cognitivo e emocional dos pequenos, comprometendo seu aprendizado.

Por isso, é importante que famílias e escolas trabalhem juntas para garantir a segurança sanitária para que o retorno aconteça, minimizando os prejuízos que já são notórios no desenvolvimento infantil.

Construção de vínculos

A experiência do CEI Domingos Olímpio, em Sobral, na fase de isolamento social, acabou por construir fortes vínculos com as famílias, o que irá facilitar a adaptação ao retorno. “Desenvolvemos o projeto Curadoria Afetiva. Compartilhávamos as atividades para as crianças realizarem, nos grupos de WhatsApp e, às quintas-feiras, fazíamos um monitoramento da participação e retorno dessas interações. Quando percebíamos a ausência de alguma criança, contatávamos a família e fazíamos uma chamada de vídeo. Nesses momentos, os familiares contavam suas dificuldades, algumas em luto. Era um diálogo afetivo, de acolhimento”, contou a professora Jamíria. Para ela, o fortalecimento dos vínculos tende a favorecer todo o processo de retomada, com ampla colaboração da família.

“Eu gosto daquele ditado africano que diz que é preciso de toda uma aldeia para educar uma criança. Todos nós somos parte dessa aldeia, então, vamos em frente, avaliando sempre o que está dando certo e o que não está e, juntos, nessa empreitada, espero que muito em breve a gente se veja livre dessa situação”, completou Paula.

A live “Parceria família e escola: por uma volta mais segura às atividades presenciais” contou com o apoio do Instituto Alana e das empresas associadas do programa Crescer Aprendendo.

Clique aqui e acesse o evento na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=q7JxFJV55uk

Saiba mais sobre o programa Crescer Aprendendo: https://uwb.org.br/o-que-fazemos/nossos-programas/crescer-aprendendo/ 

Navegue na plataforma do Crescer Aprendendo Digital e confira conteúdos sobre desenvolvimento infantil para trabalhar com as famílias: https://uwb.org.br/crescer-aprendendo-digital/ 

Guia de Primeira Infância para Empresas: ferramenta inédita reúne ações corporativas com foco nos primeiros seis anos de vida

O Guia é uma plataforma interativa e dinâmica que reúne mais de 600 ações voltadas às crianças e suas famílias. A ferramenta quer mobilizar e sensibilizar empresas de diferentes áreas e portes para que invistam na primeira infância, a “mãe” de todas as causas sociais.

Lançado em junho, no evento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apoiadora da iniciativa, o Guia de Primeira Infância para Empresas reúne mais de 600 ações de empresas sediadas no Brasil, focadas nas gestantes e nas famílias com crianças até 6 anos. Além das práticas, a plataforma traz também conteúdos que sustentam a importância da causa não só para a sociedade, mas, também, para agregar valor às marcas e fortalecer os negócios em toda a cadeia produtiva. 

Por ser um tema transversal, a primeira infância não só amplia ações que impactam famílias inteiras, combatendo injustiças sociais, como alavanca as pautas da agenda ESG, afinal “garantir a preservação da humanidade significa dar condições para que as novas gerações se desenvolvam plenamente e possam vivenciar a fase adulta na sua plenitude, como cidadãos conscientes de seu papel na manutenção de um ecossistema integral de relações saudáveis e inclusivas” (“O ESG e sua empresa”, extraído do Guia de Primeira Infância para Empresas). 

Sua empresa precisa participar!

O Guia de Primeira Infância para Empresas é uma ferramenta dinâmica, porque novas iniciativas podem ser pensadas, a qualquer tempo, para atender demandas de famílias com crianças nos primeiros anos de vida. Por isso, existem duas maneiras de fazer parte dessa grande rede pela primeira infância: navegar na plataforma para conhecer as práticas captadas (e revisitar as da sua empresa para ampliá-las e fortalecê-las) e/ou compartilhar as ações e políticas que a sua corporação realiza para referenciar outras companhias. Ou seja, sempre é possível trazer novas experiências ao Guia. 

Para conhecer as diferentes ações e políticas internas em primeira infância, basta clicar no link “Como Participar”, cadastrar-se e definir os temas e as áreas de atuação em que a sua empresa quer focar. Desde licenças parentais diferenciadas e horários flexíveis de jornada até auxílios extras para pais e mães solos e cursos de capacitação sobre desenvolvimento infantil.

Além da descrição das ações, você confere quanto é preciso investir na implementação, por quanto tempo e o impacto esperado no público-alvo. Vale ressaltar que muitas iniciativas têm custo zero, ou seja, existem opções diferentes para atuar pela causa, independentemente do porte da empresa. Portanto, a primeira infância é uma causa inclusiva, porque qualquer corporação pode adotá-la.

Interface gráfica do usuário, Texto, Aplicativo, Email, Site

Descrição gerada automaticamente

Na aba AÇÕES você seleciona as iniciativas por Categoria, Porte da Empresa e Público-Alvo para filtrar e chegar às práticas que deseja.

Como proteger a primeira infância na pandemia?

O Guia também traz experiências bem-sucedidas para ajudar as famílias no enfrentamento dos desafios impostos pelo novo coronavírus.

Entrevistamos representantes das empresas Cisco Brasil, IBM, Special Dog Company e Takeda Distribuidora para compartilharem suas experiências. Diante de uma situação tão complexa, as corporações adaptaram suas práticas para atender colaboradores com crianças pequenas a fim de que os impactos negativos do isolamento social pudessem ser amenizados. 

No tutorial, confira o passo a passo para navegar na plataforma, entender como a causa se posiciona como uma alavanca para a agenda ESG e conhecer diferentes práticas voltadas aos primeiros anos de vida. 

“Nosso compromisso com as gerações futuras tem um ponto inicial, que é na primeira infância. Encontramos na realização deste Guia uma forma de apoiar empresas e ver crescer as iniciativas que apoiem famílias com crianças na idade de 0 a 6 anos no seu ambiente de trabalho”, afirmou Paula Crenn, gerente de projetos e voluntariado da United Way Brasil, por ocasião do lançamento do Guia, em entrevista concedida à revista Exame.

O Guia de Primeira Infância para Empresas é uma realização da parceria entre United Way Brasil, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard van Leer e Fundación Femsa.

Participe, compartilhe e seja um porta-voz da primeira infância na sua empresa!

Fundação FEMSA e United Way Brasil se unem pela primeira infância

Parceria viabilizou a formação e o apoio a 500 famílias em situação de vulnerabilidade social, a realização de lives sobre temas focados nos primeiros anos de vida, a disponibilização de podcasts de contação de histórias e um curso sobre educação financeira e geração de renda na plataforma Crescer Aprendendo Digital.

Em 2021, a parceria entre a Fundação FEMSA e a United Way Brasil se fortaleceu com mais uma ampla ação em favor da primeira infância: 500 famílias de 05 cidades, em 02 estados, puderam participar das ações do programa Crescer Aprendendo, cujo objetivo é apoiar pais e responsáveis na missão de educar e cuidar de suas crianças, especialmente no complexo cenário da crise sanitária e econômica desencadeada pela Covid-19.

Reunidas em grupos de WhatsApp, as famílias receberam, por seis meses, conteúdos diários sobre desenvolvimento infantil, apoio de psicólogo e cartão-alimentação, por três meses. Também puderam assistir e interagir em duas lives: a primeira, “Volta às aulas: o que precisamos saber pra quando esta fase passar?”, em março, contou com a participação do pediatra Daniel Becker, da educadora Raquel Franzim (Instituto Alana) e da pedagoga e gestora de escola, Joice Araújo. A segunda, em abril, debateu o tema “Desafios familiares em tempo de Crise”, com a presença de Vera Iaconelli, psicanalista, Flávio Debique, gerente nacional da Plan International, Ana Paula Ferreira, pedagoga, e Luciano Ramos, consultor e gestor voluntário do coletivo Pais Pretos Presentes. 

Contação de histórias para os pequenos

A parceria com a Fundação FEMSA também viabilizou a ampliação da plataforma Crescer Aprendendo Digital, repleta de conteúdos sobre primeira infância para orientar as famílias e servir como subsídio ao trabalho de profissionais da educação, saúde e assistência social. 

Uma série de seis podcasts foram gravados por três contadoras de histórias consagradas: Fafá Conta, Juçara Batichoti (Varal de Histórias) e Kiara Terra. O objetivo dos podcasts é promover nas famílias os hábitos de ler e contar histórias, essenciais para o fortalecimento de vínculos, desenvolvimento do vocabulário e da criatividade dos pequenos, além de incentivar a resolução de problemas, já que as narrativas são cheias de desafios e finais inesperados.

O acesso à contação de histórias pode ser feito via Spotify e YouTube. É só clicar, escutar e compartilhar. 

Educação financeira e geração de renda para as famílias

Outra ação promovida pela parceria foi a realização de um curso com 30 vídeos-aula sobre organização da vida financeira e orientações para famílias lidarem melhor com os desafios da crise econômica causada pela pandemia ou, até mesmo, começarem um negócio de maneira consciente e assertiva, para obter mais renda ao sustento das crianças.

Os vídeos-aula, realizados pela organização Aventura de Construir para o programa Crescer Aprendendo, foram compartilhados com as famílias, nos grupos de WhatsApp. A parceria também viabilizou consultorias personalizadas para 20 famílias que manifestaram interesse em fortalecer seus negócios. 

As aulas fazem parte do acervo da plataforma Crescer Aprendendo Digital para que qualquer pessoa possa assisti-las e ter acesso a dicas sobre educação financeira e geração de renda. É só clicar no link: https://www.youtube.com/playlist?list=PL678y5q5ihcdzrhq9pnVI6Rjrntx4fDxW 

Além disso, na plataforma, o internauta encontra conteúdos sobre os temas-chave do desenvolvimento infantil, resumidos neste vídeo sobre a ferramenta, para divulgar a importância da primeira infância na construção de uma sociedade melhor e menos desigual para todos e todas. Confira e compartilhe: https://www.youtube.com/watch?v=0MUOlbun0C0 

United Way Brasil lança Guia de Primeira Infância para Empresas em evento da Fiesp

Como parte da série promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a live “Responsabilidade Social na Prática – ESG e Primeira Infância” debateu como os primeiros anos de vida podem ser foco de políticas corporativas e fortalecer a agenda ESG. Na ocasião, a United Way Brasil lançou o Guia de Primeira Infância para Empresas, uma plataforma digital que contém mais de 600 ações com esse propósito.

No último dia 24 de junho, a live “Responsabilidade Social na Prática – ESG e Primeira Infância”, realizada pela Fiesp, debateu como ações focadas na criança e nas suas famílias, os colaboradores e colaboradoras das empresas, são essenciais para a sustentabilidade não só da sociedade como um todo, mas para fortalecer os negócios e agregar valor às marcas.

“Desde 2019, temos desenvolvido um trabalho para sensibilizar os empresários e as empresas no sentido de que é preciso formar uma rede em favor da primeira infância. Você pode atuar pela primeira infância mobilizando os seus pares – outros empresários para que também façam essas ações -, mas também realizar ações de impacto e influenciar o desenvolvimento de políticas públicas em favor da primeira infância. A empresa tem um papel bastante relevante e significativo neste processo”, reforçou Gracia Fragalá, vice-presidente do conselho superior de responsabilidade social da Fiesp, que moderou o debate.

Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, apontou vários argumentos sobre porque a primeira infância deve ser foco das políticas internas e ações externas das companhias, sendo enfática ao concluir sua fala: “A primeira infância é considerada a política pública mãe das demais. Ela é transversal, ela é básica para tudo. A gente tem visto também as pessoas discutirem que ela é base inclusive para as políticas ambientais, não só sociais, porque a gente tem o ser humano que vive no meio ambiente. Se a primeira infância é um tema transversal a tudo, se ela é base para tudo, talvez ela não seja concorrente de outras causas que as empresas já tenham assumido e sim base para elas e transversal a elas. Eu acho que a gente tem que pensar desse ponto de vista também de políticas que são básicas para todas as outras que, inclusive, alavancam as demais.”

Sônia Favaretto, conselheira de administração, presidente do conselho consultivo da GRI Brasil, SDG Pioneer pelo Pacto Global das Nações Unidas, trouxe a pauta do ESG para o debate. “Os investidores, cada vez mais, escolhem as empresas onde vão alocar recursos a partir da sua agenda ambiental e, com a pandemia, agenda social. Por isso, o S do ESG entrou ainda mais em destaque. Os investidores querem saber no detalhe qual é o plano de saúde da sua empresa, quais são as práticas que vocês têm tido e eu acho que primeira infância aqui tem um gancho incrível para as empresas se posicionarem”, ressaltou. 

Políticas de primeira infância na prática

Na segunda parte do evento, duas empresas trouxeram suas ações e políticas focadas nos primeiros seis anos de vida. João Paulo, gerente de desenvolvimento sustentável na Special Dog, citou várias iniciativas, dentre elas, o Programa para Pais que, “desde seu lançamento, já beneficiou 250 papais e mamães e 200 bebês. Um programa que começou com as mães, com capacitação, e que depois passou a envolver os pais”, explicou. Para além dos muros da empresa, localizada na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), a Special Dog Company é parceira de um projeto de formação de gestores da educação infantil, juntamente com o Instituto Avisa Lá, desde 2017, beneficiando, diretamente, mais de 200 profissionais da rede de educação do município e mais de 1.800 crianças. 

Fernando Luciano, diretor de talentos da Vivo, compartilhou as ações focadas na paternidade diversa. “Por que a gente trouxe esse tema? Porque a gente entendeu que tinham novos contornos ao redor da licença- paternidade, que acabou evoluindo e mudando para licença parental, porque entendemos que estamos em um Brasil diverso, em um mundo diverso e essa diversidade está também nas nossas famílias”, comentou. A empresa estendeu a licença parental para 30 dias com 5 dias prorrogáveis. “Tivemos um retorno muito positivo da companhia por ter ampliado a licença parental e ela também é extensiva a casais homoafetivos ou a mães também que não tenham tido filho ou uma mãe depois da gravidez ou que tenha adotado o filho”, contou Fernando. 

Guia de Primeira Infância para Empresas

Lançado no evento, o Guia é uma plataforma digital que reúne mais de 600 iniciativas voltadas à primeira infância implementadas por empresas de diferentes áreas e portes. A ideia é criar uma grande rede de corporações voltadas à causa e promover o compartilhamento de práticas para que as companhias possam revisitar ou implementar políticas internas e ações na comunidade com foco nos primeiros anos de vida.

O Guia é fruto da parceria entre United Way Brasil, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard van Leer e Fundación Femsa.

A plataforma é gratuita e você pode acessá-la neste link:  https://empresaseprimeirainfancia.com.br/

“Garantir a preservação da humanidade significa dar condições para que as novas gerações se desenvolvam plenamente e possam vivenciar a fase adulta na sua plenitude, como cidadãos conscientes de seu papel na manutenção de um ecossistema integral de relações saudáveis e inclusivas”– Guia de Primeira Infância para Empresas.

Programa Crescer Aprendendo chega ao Ceará

Parceria da United Way Brasil com Governo do Estado, Fundação Bernard van Leer, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e Porticus vai garantir que famílias em situação de vulnerabilidade social, com crianças de 0 a 6 anos, recebam apoio para promover o desenvolvimento integral de seus filhos e filhas. 

O programa Crescer Aprendendo, da United Way Brasil, está em fase de implementação em municípios cearenses como parte de uma coalizão estratégica para promover a primeira infância no Estado, por meio de ações que favoreçam o desenvolvimento infantil.

Focado na formação de pais e cuidadores, o programa oferece uma metodologia para creches e escolas de educação infantil com o objetivo de fortalecer a parentalidade, por meio de uma estratégia de engajamento para que pais, mães e responsáveis se apropriem de seu papel no universo da criança. Para isso, o Crescer Aprendendo compartilha conhecimentos e práticas que aprimoram a relação adulto-criança com base em vínculos afetivos de qualidade.

Mas a missão do Crescer Aprendendo não se esgota nas famílias participantes. Para que a causa da primeira infância seja prioritária nos territórios, é preciso mobilizar diferentes setores. Por isso, o programa prevê a sensibilização de empresas locais a fim de que invistam em iniciativas que propiciem mais qualidade de vida às crianças pequenas.  

“Fazer parte da coalizão no Ceará tem tudo a ver com o nosso compromisso de promover e fortalecer a primeira infância. Trabalhar pelo impacto coletivo, por meio de uma atuação colaborativa e coletiva, é o cerne do DNA da United Way Brasil. Por isso, levar o Crescer Aprendendo para as famílias cearenses é uma missão que abraçamos e pela qual vamos empreender todos os nossos esforços para que alcance pleno sucesso”, explica Sofia Rebehy, coordenadora de programas de primeira infância da United Way Brasil. 

O processo de implementação

Em abril, gestores e educadores de dez escolas de educação infantil do município de Crato, passaram por uma formação com o objetivo de se apropriarem da metodologia. O processo continua em maio, nas cidades de Itatira e Paramoti. Todo trabalho foi realizado em parceria com as equipes das secretarias municipais e estadual de Educação. O programa tem como meta transferir a tecnologia para os municípios que adotarem a proposta a fim de que possam perpetuar a iniciativa em suas redes de ensino.

A coalizão construída no Ceará irá beneficiar 24 cidades selecionados e, em 2021, o Crescer Aprendendo atuará em Crato, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Chaval, Granja, Itatira, Paramoti, Salitre e Viçosa do Ceará. A definição dos municípios foi pautada pelos baixos índices de desenvolvimento humano e pela possibilidade de utilizar a estrutura de outros programas já existentes, focados nas famílias em situação de vulnerabilidade social.

Sistema híbrido de formação

O programa acontece em dois formatos, que se complementam: presencial, com encontros e rodas de conversa para as famílias nas escolas; e virtual, com dicas e práticas sobre diferentes temas tratados nas reuniões presenciais, compartilhadas nos grupos de WhatsApp, por meio de vídeos, cards e interações com os participantes.

Diante da realidade imposta pela pandemia, a versão digital tem sido utilizada, obtendo pleno sucesso. Com a possível volta às aulas presenciais, o modelo híbrido será retomado, fortalecendo ainda mais a iniciativa junto às famílias.

Dentre os tópicos tratados com pais, mães e responsáveis estão os temas relacionados ao papel da família, ao comportamento da criança, aos direitos da criança, à violência doméstica, à saúde integral da criança, à higiene infantil, à alimentação saudável, à importância do brincar e à educação financeira. A interação e o apoio das equipes das escolas são pontos importantes na estratégia do Crescer Aprendendo, que permite a identificação de casos específicos, encaminhados aos equipamentos públicos da rede de atendimento e cuidado à criança. 

Principais resultados

O programa Crescer Aprendendo passa por avaliações sistemáticas a fim de ajustar percursos, se necessário, com o objetivo de atender melhor às necessidades e expectativas das famílias. No mês de março, a avaliação realizada com pais, mães e responsáveis pelas crianças de Crato revelou que 100% das famílias estão satisfeitas com os conteúdos e interações nos grupos de WhatsApp.  Do total dessas famílias, 83% disseram que as dicas e orientações dos posts foram úteis e 68% conseguiram levar os conteúdos para a prática do dia a dia com seus filhos e filhas. “Gosto da troca de informações. Saber que não é só comigo que estão acontecendo certas coisas. E saber que todos de alguma forma tem algo pra aprender”, escreveu uma das respondentes, na avaliação mensal.

A transferência da metodologia do programa Crescer Aprendendo para o Ceará responde a um dos propósitos da United Way Brasil e da coalizão realizada pelas instituições naquele estado, em oferecer conhecimento e práticas eficazes para diferentes realidades a fim de garantir às famílias meios eficientes de educar e preparar seus filhos e filhas para os desafios do século 21. Porque a primeira infância é o principal alicerce sobre o qual a sociedade se constitui, tornando-se sustentável e mais justa para todos.

Saiba mais sobre o programa Crescer Aprendendo:  https://uwb.org.br/o-que-fazemos/nossos-programas/crescer-aprendendo/ 

Live aborda como trabalhar inseguranças de pais e mães nestes tempos difíceis

No último dia 28 de abril, pais, mães e responsáveis por crianças pequenas, beneficiários do Programa Crescer Aprendendo Digital, participaram da live “Desafios familiares em tempo de crise”, realizada pela United Way Brasil em parceria com a FEMSA e apoio institucional da Plan International.

Mediados por Sofia Rebehy, coordenadora do programa de primeira infância, Crescer Aprendendo, os especialistas convidados dialogaram sobre os sentimentos de pais e cuidadores diante das incertezas de uma fase híbrida que começa a se configurar na vida das pessoas, intercalando situações de restrição com o retorno a algumas atividades presenciais.

Flávio Debique, Gerente Nacional de Programas da Plan Iternational; Vera Iaconelli, psicanalista e escritora; Ana Paula Ferreira, pedagoga e moderadora no grupo de Mães Pretas Presentes; e Luciano Ramos, consultor sênior e gestor do Coletivo Pais Pretos Presentes trouxeram diferentes visões sobre os desafios enfrentados pelas famílias em situação de vulnerabilidade, nestes tempos complexos.

“A pandemia trouxe muitas questões para a nós, principalmente para as mulheres pretas, da periferia, que chefiam suas casas. Para os pais também. Muitos perderam o trabalho. Muitas mulheres do nosso coletivo são mães solo e às vezes não têm uma rede de apoio”, ressalta Ana Paula, evidenciando a importância de coletivos e de ações que promovam o apoio às famílias: “Nosso coletivo oferece acolhimento, escuta ativa, para que essas mulheres tenham uma saúde mental, para que se sintam apoiadas para continuar o trabalho. Com o fechamento das escolas, muitas mulheres perderam a maior rede de apoio que tinham. E o que a gente traz de positivo do coletivo? Esse aquilombamento entre as mulheres, que faz com que as situações difíceis fiquem mais fáceis”.

Para os homens e pais, as questões também são complexas e exigem mudanças. “Quando a gente fala das masculinidades e paternidades a gente está falando de um modelo rígido, construído através do machismo que diz que o homem precisa prover. Muitos desses homens perderam seus postos de trabalho. Muitos trabalhavam informalmente e perderam também seus lugares de atuação, ficando mais tempo em casa. A gente ouve muitos homens trazendo situações complexas, entrando em depressão, dizendo não saber se encontrar dentro do ambiente familiar. Não é à toa que durante a pandemia cresceu o número de violência doméstica. O Coletivo Pais Pretos Presentes tem tentado atuar com ajuda financeira e com apoio psicológico”, comentou Luciano, reforçando a importância da rede para fortalecer as famílias e as relações que estabelecem nos seus lares.

Para Flávio, é preciso garantir esse apoio e usar também os equipamentos públicos. “Não temos soluções fáceis, mas acho que quando a gente se junta, seja virtualmente, seja na vizinhança, nos instrumentos e equipamentos comunitários, pode ser que algumas coisas fiquem menos pesadas. Procurem na sua vizinhança, nos grupos de WhatsApp. Pode ser que igrejas e organizações estejam realizando ações, os próprios CRAS e CREAS. Então, verifique no seu entorno aonde você pode buscar ajuda”.

A importância do autocuidado

Manter a saúde mental diante de tudo que se apresenta nesta fase é outro desafio para adultos que cuidam das crianças. Para Flávio, o autocuidado é essencial na manutenção do equilíbrio saudável das relações familiares: “Tudo isso vai passar, é um período difícil, mas a gente aponta para o futuro com esperança. Parece uma bobagem, mas tirar um momento do dia para tomar sol, tomar muita água, respirar muito bem faz a diferença. Eu sempre digo que a melhor solução para os nossos problemas é a respiração. Em um momento de muita tensão, quando todo mundo já foi dormir, sentar um pouquinho, respirar tranquilamente. Quando você está fazendo isso, pensar no quanto você é importante, o quanto você tem de poder e o quanto você está conseguindo enfrentar tudo isso”, reforçou. 

“Nenhum de nós está muito bem nesse momento. Quem está bem não sabe o que está acontecendo. Então é necessário a gente acolher as nossas tristezas e angústias, pois tentar lidar com isso sozinhos, a gente não consegue. Pedir ajuda é necessário”, ponderou Luciano.

Para Vera Iaconelli, manter a sanidade e o equilíbrio também passa pelo reconhecimento do sofrimento que estamos vivenciando: “É importante você poder falar sobre o seu sofrimento de uma forma que você também se escute. Que você reconheça o seu lugar porque muitas vezes a gente sofre e acha que a vida é assim mesmo. Então faz parte desse processo a gente olhar para os nossos filhos e tentar mostrar para eles que a nossa condição nem sempre revela quem nós somos e que, mais do que nunca, nessas redes comunitárias é que a gente vai mostrando e reconhecendo o valor das pessoas”.

O papel de cada um é de todos

Com a pandemia, os papeis da maternidade e paternidade foram colocados em xeque. As mulheres se viram mais sobrecarregadas e os homens, como já dito, sem saber bem como integrar uma dinâmica familiar diferente. Para Vera, “os pais têm sido vistos como provedores materiais historicamente. Mas as mães são provedoras de trabalhos domésticos, são provedoras de trabalho também. Hoje a gente já sabe que isso está invertido. Tem mais mulheres administrando as famílias do que os homens. Está na hora de mudar o rumo dessa conversa e as pessoas pensarem que em uma família tem vários provedores de várias coisas e às vezes a coisa se alterna. As vezes um está trabalhando fora e outro não. As vezes os dois estão trabalhando ‘dentro’. E a gente mostra isso para as crianças. Isso pode ser um valor: bem-vindo ao século 21, isso é um valor para meninos e meninas. Os nossos filhos precisam ser criados para uma outra geração em que homens e mulheres possam fazer de tudo”.

Clique aqui e assista a live na íntegra para conferir outras dicas e reflexões trazidas pelos especialistas: https://www.youtube.com/watch?v=4liw8ccWwIg 

Live aborda como trabalhar inseguranças de pais e mães nestes tempos difíceis

No último dia 28 de abril, pais, mães e responsáveis por crianças pequenas, beneficiários do Programa Crescer Aprendendo Digital, participaram da live “Desafios familiares em tempo de crise”, realizada pela United Way Brasil em parceria com a FEMSA e apoio institucional da Plan International.

Mediados por Sofia Rebehy, coordenadora do programa de primeira infância, Crescer Aprendendo, os especialistas convidados dialogaram sobre os sentimentos de pais e cuidadores diante das incertezas de uma fase híbrida que começa a se configurar na vida das pessoas, intercalando situações de restrição com o retorno a algumas atividades presenciais.

Flávio Debique, Gerente Nacional de Programas da Plan Iternational; Vera Iaconelli, psicanalista e escritora; Ana Paula Ferreira, pedagoga e moderadora no grupo de Mães Pretas Presentes; e Luciano Ramos, consultor sênior e gestor do Coletivo Pais Pretos Presentes trouxeram diferentes visões sobre os desafios enfrentados pelas famílias em situação de vulnerabilidade, nestes tempos complexos.

“A pandemia trouxe muitas questões para a nós, principalmente para as mulheres pretas, da periferia, que chefiam suas casas. Para os pais também. Muitos perderam o trabalho. Muitas mulheres do nosso coletivo são mães solo e às vezes não têm uma rede de apoio”, ressalta Ana Paula, evidenciando a importância de coletivos e de ações que promovam o apoio às famílias: “Nosso coletivo oferece acolhimento, escuta ativa, para que essas mulheres tenham uma saúde mental, para que se sintam apoiadas para continuar o trabalho. Com o fechamento das escolas, muitas mulheres perderam a maior rede de apoio que tinham. E o que a gente traz de positivo do coletivo? Esse aquilombamento entre as mulheres, que faz com que as situações difíceis fiquem mais fáceis”.

Para os homens e pais, as questões também são complexas e exigem mudanças. “Quando a gente fala das masculinidades e paternidades a gente está falando de um modelo rígido, construído através do machismo que diz que o homem precisa prover. Muitos desses homens perderam seus postos de trabalho. Muitos trabalhavam informalmente e perderam também seus lugares de atuação, ficando mais tempo em casa. A gente ouve muitos homens trazendo situações complexas, entrando em depressão, dizendo não saber se encontrar dentro do ambiente familiar. Não é à toa que durante a pandemia cresceu o número de violência doméstica. O Coletivo Pais Pretos Presentes tem tentado atuar com ajuda financeira e com apoio psicológico”, comentou Luciano, reforçando a importância da rede para fortalecer as famílias e as relações que estabelecem nos seus lares.

Para Flávio, é preciso garantir esse apoio e usar também os equipamentos públicos. “Não temos soluções fáceis, mas acho que quando a gente se junta, seja virtualmente, seja na vizinhança, nos instrumentos e equipamentos comunitários, pode ser que algumas coisas fiquem menos pesadas. Procurem na sua vizinhança, nos grupos de WhatsApp. Pode ser que igrejas e organizações estejam realizando ações, os próprios CRAS e CREAS. Então, verifique no seu entorno aonde você pode buscar ajuda”.

A importância do autocuidado

Manter a saúde mental diante de tudo que se apresenta nesta fase é outro desafio para adultos que cuidam das crianças. Para Flávio, o autocuidado é essencial na manutenção do equilíbrio saudável das relações familiares: “Tudo isso vai passar, é um período difícil, mas a gente aponta para o futuro com esperança. Parece uma bobagem, mas tirar um momento do dia para tomar sol, tomar muita água, respirar muito bem faz a diferença. Eu sempre digo que a melhor solução para os nossos problemas é a respiração. Em um momento de muita tensão, quando todo mundo já foi dormir, sentar um pouquinho, respirar tranquilamente. Quando você está fazendo isso, pensar no quanto você é importante, o quanto você tem de poder e o quanto você está conseguindo enfrentar tudo isso”, reforçou. 

“Nenhum de nós está muito bem nesse momento. Quem está bem não sabe o que está acontecendo. Então é necessário a gente acolher as nossas tristezas e angústias, pois tentar lidar com isso sozinhos, a gente não consegue. Pedir ajuda é necessário”, ponderou Luciano.

Para Vera Iaconelli, manter a sanidade e o equilíbrio também passa pelo reconhecimento do sofrimento que estamos vivenciando: “É importante você poder falar sobre o seu sofrimento de uma forma que você também se escute. Que você reconheça o seu lugar porque muitas vezes a gente sofre e acha que a vida é assim mesmo. Então faz parte desse processo a gente olhar para os nossos filhos e tentar mostrar para eles que a nossa condição nem sempre revela quem nós somos e que, mais do que nunca, nessas redes comunitárias é que a gente vai mostrando e reconhecendo o valor das pessoas”.

O papel de cada um é de todos

Com a pandemia, os papeis da maternidade e paternidade foram colocados em xeque. As mulheres se viram mais sobrecarregadas e os homens, como já dito, sem saber bem como integrar uma dinâmica familiar diferente. Para Vera, “os pais têm sido vistos como provedores materiais historicamente. Mas as mães são provedoras de trabalhos domésticos, são provedoras de trabalho também. Hoje a gente já sabe que isso está invertido. Tem mais mulheres administrando as famílias do que os homens. Está na hora de mudar o rumo dessa conversa e as pessoas pensarem que em uma família tem vários provedores de várias coisas e às vezes a coisa se alterna. As vezes um está trabalhando fora e outro não. As vezes os dois estão trabalhando ‘dentro’. E a gente mostra isso para as crianças. Isso pode ser um valor: bem-vindo ao século 21, isso é um valor para meninos e meninas. Os nossos filhos precisam ser criados para uma outra geração em que homens e mulheres possam fazer de tudo”.

Clique aqui e assista a live na íntegra para conferir outras dicas e reflexões trazidas pelos especialistas: https://www.youtube.com/watch?v=4liw8ccWwIg 

Live sobre volta às aulas traz dicas e orientações para pais e responsáveis

No dia 26 de março, a United Way Brasil deu início à série de lives de 2021 do programa Crescer Aprendendo, trazendo à discussão o tema retorno à escola, quando as restrições da pandemia forem abrandadas. Confira.

O tema é polêmico e divide opiniões. No debate organizado pela United Way Brasil, em parceria com a FEMSA e apoio do Instituto Alana, o pediatra Daniel Becker, a educadora Raquel Franzim e a gestora de escola e pedagoga Joice Araújo debateram o tema junto a uma plateia formada por famílias do programa Crescer Aprendendo, parceiros e interessados na temática.

Fundador do movimento Lugar de Criança é na Escola, doutor Daniel alertou que a maioria dos países elaborou um plano para a retomada das aulas, com base no que a ciência trazia sobre o pouco contágio entre crianças: “Quando chegou em outubro, novembro, eu me dei conta de que muitas escolas particulares estavam abertas, com as crianças já frequentando, todas felizes, as famílias aliviadíssimas porque podiam trabalhar. As crianças efetivamente melhoravam de todos os sintomas psíquicos que estavam apresentando, porque esse é um lugar muito importante para elas. Mas, ninguém estava falando da escola pública. Me dei conta de que 40 milhões de crianças estavam fora da escola e ninguém falava sobre isso”. E complementou: “Ao longo do ano foram feitos inúmeros estudos e a ciência demonstra que a criança transmite pouco e os surtos domiciliares e escolares quase nunca são iniciados pela criança – menos de 8%. Estar com crianças é fator de proteção e não algo mais arriscado. Escola aberta não aumenta transmissão, escola fechada também não diminui a transmissão, então a pandemia não vai piorar se a gente abrir as escolas e não vai melhorar se a gente as fechar. Esse é o mote fundamental que a gente está propondo agora: a escola é a primeira a reabrir e a última a fechar.”

Raquel Franzim, coordenadora da educação do Instituto Alana, concordou com o alerta de Daniel e pontuou a negligência dessa não priorização, prevista na constituição brasileira: “No Instituto Alana a gente faz uma defesa muito explícita do artigo 227 da Constituição Federal que coloca crianças e adolescentes como prioridade absoluta do planejamento, do orçamento de todas as ações do Estado, da sociedade e da família. Isso, como o Dr. Daniel mesmo disse, infelizmente não partiu de uma coordenação nacional política como se deu em outros países. O trabalho dos estados e dos municípios ficou sobrecarregado, muitas vezes sem as condições necessárias, cada um indo para um canto para cumprir com uma crise multidimensional. A crise na educação não é só de origem e de atenção sanitária, ela também é de proteção social, de desenvolvimento integral das crianças, de pobreza de aprendizagem e que a gente precisa falar sobre isso. Muito tempo com escolas fechadas deixam crianças que já vinham enfrentando desigualdades educativas muito severas com ainda maior risco de evasão, abandono escolar e pobreza”, alertou.

O retorno na prática

No dia a dia da sala de aula, Joice Araújo, gestora de escola de educação infantil, contou como foi a experiência da reabertura, em fevereiro de 2021: “A gente começou um pouco com receio, com medo, mas a gente foi amparado pelo protocolo. A gente entende que a educação infantil é o contato, é o experimentar e, apesar do protocolo, ficamos preocupados com isso. Como seria esse desenvolver da criança no contato, no interagir com o colega, se neste momento não ia poder acontecer isso? Se cada criança tinha de ficar no seu quadradinho, não poderia ter contato com o brinquedo do colega, não ia poder dividir, as áreas do brincar e do desenvolver seriam restritas? Então, para nós, o primeiro ponto preocupante na educação, além de toda essa questão pandêmica era isso: a gente vai receber as crianças, mas de que maneira isso afetará o cognitivo delas, de que maneira vamos conseguir atender a necessidade desse desenvolvimento amplo de que elas precisam?”

O importante para os debatedores é que as famílias tenham consciência de todo o contexto e tomem decisões mais embasadas. Por isso, Joice recomenda que, na hora da retomada, os pais e responsáveis conheçam as condições da escola: “Vá na escola do seu filho e identifique se têm profissionais para garantir toda essa segurança diante dos protocolos, verifica se têm profissionais experientes, bem direcionados e treinados para que atendam esses protocolos. Numa breve olhada, o pai, a mãe, a avó, o cuidador conseguem identificar, não precisa de muito”.

Raquel concorda e faz um alerta: “Se vocês, pai e mãe, vivem em uma comunidade escolar onde participam das decisões, onde recebem não só informes, mas a escola vem conversando com vocês ao longo desse período todo, talvez isso os deixe mais seguros por saber qual é a realidade da escola dos seus filhos. Agora, o que não dá é: ‘eu não participo da realidade do meu filho e eu exijo’. Lembrando que educação é uma atividade essencial, mas ela é um direito social partilhado entre estado, família e sociedade, então a nossa cobrança por condições precisa vir acompanhada por uma intensa participação social: a minha comunidade está participando dos protocolos de segurança? Todo mundo está usando máscara, todo mundo está tendo acesso a água?”

Sobre questões práticas, do cotidiano da escola, que precisam ser observadas quando a rotina retornar, Daniel Becker aponta a importância da ventilação das salas de aulas (“janelas sempre abertas!”), uso das áreas externas (“o ser humano precisa de ar livre, do convívio com a natureza, céu aberto”) e salas com turmas menores (“dividir as crianças em pequenos grupos e esses grupos serem fixos para diminuir o risco da transmissão”).

Para saber mais e ter acesso a outras orientações e dicas, assista à live na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=ai5WR8PAFZ4&t=8s 

Apoio de empresas ampliou os bons resultados do Crescer Aprendendo

Com o objetivo de ajudar mais famílias em situação vulnerável a enfrentarem os desafios da pandemia, em 2020 o programa migrou a formação de pais e responsáveis para o formato digital, ganhando escala. Os resultados surpreenderam e reforçaram a importância da parceria com empresas socialmente responsáveis.

Em 2019, o programa de primeira infância Crescer Aprendendo acontecia em 12 Centros de Educação Infantil (CEI) e em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) no extremo sul da cidade de São Paulo, com reuniões presenciais para famílias de crianças de 0 a 6 anos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, além do acesso a informações sobre desenvolvimento infantil por meio de uma plataforma digital.

Com a chegada da pandemia, a equipe do programa rapidamente reestruturou toda a capacitação para o formato digital, com base em uma pesquisa sobre a melhor forma de compartilhar conteúdos e favorecer a interação das famílias. O resultado da análise trouxe o WhatsApp e a realização de lives como estratégias eficazes, por estarem ao alcance de grande parte desse público. Também detectou a importância de oferecer segurança alimentar e, por isso, o programa incluiu a distribuição de cartões-alimentação, com recargas mensais que geraram o aporte total de R$ 634,9 mil.

O investimento na primeira infância

Todas as mudanças e logísticas do programa se concretizaram porque empresas que já eram associadas à United Way Brasil (Ecolab, Lear, O-I, P&G e Phoenix Tower) e duas novas corporações (3M e FEMSA) abraçaram esse compromisso, aportando recursos e cooperação para o êxito do Crescer Aprendendo digital. 

As parcerias possibilitaram que o programa atendesse quase três vezes mais famílias. Eram 853 em 2019 e passaram a 2.500 famílias em 2020, beneficiando 2.900 crianças em 12 cidades de 4 estados. Para fazer a interface com pais e responsáveis em cada território e apoiar a logística, o programa selecionou 14 CEI e EMEI e 23 ONGs. Toda uma rede foi estruturada para garantir o sucesso do programa, por meio de um trabalho coletivo e colaborativo, que envolveu diferentes atores, sempre com foco nos lares com crianças pequenas.

Em 2021, o objetivo é ampliar a iniciativa para outros territórios. Isto porque o momento exige intervenções transformadoras, inclusive aquelas que possam, de alguma forma, mitigar a falta de recursos dessas populações vulneráveis que, sem o auxílio emergencial, emprego e outros benefícios, não têm como sustentar seus filhos e garantir o bem-estar básico.  As estatísticas indicam que, em 2021, 63 milhões de indivíduos vivem abaixo da linha da pobreza e 20 milhões estão abaixo da linha da pobreza extrema. Por isso, o Crescer Aprendendo tem trabalhado na prospecção de novas empresas para que possam conhecer a proposta e o quanto ela favorece o enfrentamento das desigualdades sociais.

No Ceará, por exemplo, onde o programa atuará em diferentes municípios, a United Way Brasil convidou a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e a Great Place to Work (GPTW) para unir esforços e apoiar a primeira infância no Estado.

Poucos investimentos são tão lucrativos quanto os realizados nos seis primeiros anos de vida. Segundo James Heckman, prêmio Nobel de Economia de 2000, aportar recursos em programas voltados às crianças garante, anualmente, 13% de retorno às diferentes populações, porque diminuem gastos com saúde, educação e assistência social.

Avaliação mostra avanços em escala

Os resultados da pesquisa realizada pela organização FICAS com os participantes do Crescer Aprendendo digital, ao ingressarem no programa e no final do ano, mostraram que a iniciativa alcançou seus objetivos e hoje se configura como uma tecnologia social a ser implementada em quaisquer municípios e estados que queiram fortalecer o desenvolvimento integral de crianças até 6 anos.

A porcentagem de pessoas que afirmavam, inicialmente, não saber nada sobre desenvolvimento infantil caiu de 4% para 0,4% após a formação oferecida pelo programa. Ao mesmo tempo, 23% de pessoas se reconheciam como conhecedores do tema. No final do ano, esse número pulou para 71,8%.

Na implementação do programa, quando perguntadas se conversavam com as crianças para entender seus sentimentos e comportamentos, 77% das famílias disseram que sim. Na pesquisa realizada em dezembro de 2020, essa porcentagem subiu para 93%.

A avaliação final também detectou que 99% das famílias afirmaram ter melhorado nos cuidados com as crianças; 60% disseram que as crianças estão menos irritadas e agressivas e 95% declararam que hoje conseguem entender melhor o seu papel na família e, portanto, mudaram atitudes e comportamentos.

Para 92% dos participantes, o programa ofereceu apoio emocional nos grupos de WhatsApp e nas conversas individuais com a psicóloga. Sobre os conteúdos compartilhados, 88% informaram que acessaram todos ou quase todos.

A sua empresa pode fazer parte dessa rede de apoio às famílias, especialmente nestes tempos em que os efeitos da pandemia nas populações mais vulneráveis são nefastos, prejudicando o bem-estar das crianças, de seus pais e responsáveis e comprometendo os rumos do desenvolvimento social e econômico do país.Vamos juntos fazer a diferença! Entre em contato conosco: paula@uwb.org.br

Live desconstrói mitos sobre alimentação na primeira infância

A última live de 2020, no dia 11 de dezembro, encerrou a série realizada pelo programa Crescer Aprendendo, trazendo à discussão a importância da alimentação saudável nos primeiros anos de vida, com o objetivo de desmistificar mitos e compartilhar informações práticas sobre o tema às famílias do programa.

Alimentação é um tema que preocupa pais e cuidadores, já que nutrir as crianças corretamente tem fundamental importância para o bom desenvolvimento infantil. Na fase do “não quero”, “não gosto”, as famílias, muitas vezes, não sabem como agir nem o que priorizar no cardápio das crianças. Também não faltam apelos publicitários das marcas de produtos ultraprocessados para atrair os pequenos a tudo o que não devem consumir nessa etapa da vida.

Desmame e introdução de alimentos é outra temática que traz muitas dúvidas, especialmente às mães: qual é o momento certo? O que fazer quando a criança não quer largar o peito? Qual é a quantidade certa?

Para debater estas e outras questões, o programa Crescer Aprendendo, da United Way Brasil, convidou Rachel Francischi, nutricionista formada pela USP e mestre pela Unicamp, Clariana Oliveira, doutora em saúde pública pela Universidade de São Paulo, pós-doutora em primeira infância e desenvolvimento infantil, na Universidade de Harvard, Leticia Silva, enfermeira mestre em Ciências da Saúde, especialista em saúde mental e desenvolvimento infantil, e Cecília Cury, advogada, mestre e doutora em Direito Constitucional pela PUC-SP, cofundadora do Alergia Alimentar Brasil e coordenadora do movimento Põe no Rótulo, que apoiou a realização da live.

O ponto de partida dessa conversa foi a definição do que é, afinal, uma alimentação saudável: “A comida que uma criança precisa é a comida de verdade, que vem da nossa panela, que vem da natureza. Tudo o que a terra nos dá, como as frutas, as verduras, o arroz com feijão, o milho, o repolho, as carnes, o frango, o peixe, e do jeito que a natureza nos dá, sem passar pelo processamento alimentar”, explica Rachel. 

Porém, não basta querer que os filhos comam bem se o exemplo não vem dos adultos, como reforça Leticia: “O pai e a mãe são espelhos para a criança, então se ela vê os pais comendo, ela tende a comer também aquele alimento. A criança imita o comportamento que vê diversas vezes. Se os pais tiverem uma dieta saudável, balanceada, cheia de alimentos naturais, a tendência de a criança querer comer esse tipo de alimento é muito maior.”  

Outro fator importante para os pais e cuidadores se sentirem mais seguros sobre aquilo que oferecem aos filhos é conhecer o que contém cada alimento. Portanto, ater-se à leitura do rótulo é uma prática que todos devem adotar. “Uma lista de ingredientes muito longa, geralmente indica um alimento ultraprocessado, porque tem uma série de elementos químicos, acidulante, espessante e um monte de ‘ante’ que não vão fazer bem para a nossa saúde no longo prazo e que a gente tem que evitar. Então, é importante buscar alimentos que contenham ingredientes que a gente consegue reproduzir em casa. Por exemplo, não dá tempo de eu fazer pão em casa.  Vou comprar pão, mas, antes, quero saber o que ele contém. Farinha, água, fermento e sal? Certo, é o que eu faria em casa também.  Mas se a gente pega um saco de pão e lê que tem ‘fosfato de cálcio de não sei o que, conservador de tal, pirofosfato do monossódico…’  O que é isso? Se o rótulo não fala a minha língua, eu não entendo o que ele quer dizer, então, prefiro não comprar.”

E o que fazer quando a criança não gosta de frutas, verduras e não quer se aventurar a experimentar alimentos novos?

Clariana sugeriu algumas estratégias, dentre elas “usar o lúdico em benefício da alimentação da criança, propondo jogos, apresentando aquele prato de forma diferente, usando carinhas feitas com legumes e verduras. Várias pessoas falam que a gente come pelos olhos e isso é uma verdade, muitas vezes o que atrai é a forma como o prato é apresentado para a gente. Outra dica: não castigue a criança se ela rejeitar o alimento, não faça barganhas como, ‘se você comer seus legumes e frutas, vai ter seu docinho no final’. Isso pode criar uma relação ruim com os alimentos, levando a a pensar que ‘primeiro tenho que comer ‘essa coisa ruim’ pra depois comer a ‘coisa boa.’ E quando a criança é um pouco maiorzinha, participar na preparação das refeições, manipulando os alimentos, sentindo a textura, se acostumando com a forma daquele alimento com certeza é muito importante para que ela se sinta atraída em experimentar cada vez mais coisas novas”. 

Pensar em quantas vezes oferecer refeições às crianças em cada fase da primeira infância e qual a porção certa de alimento são outras dúvidas de muitas famílias. “Para um bebê entre seis meses e um ano de idade nós devemos oferecer alimentos quatro vezes ao dia – uma fruta no meio da manhã, o almoço no finalzinho da manhã, uma fruta no meio da tarde e o jantar no final da tarde -, juntamente com o leite materno no esquema que a gente chama de livre demanda, ou seja, sempre que o bebê quiser. Caso o bebê entre 6 meses e 1 ano de idade não se alimente com o leite materno, o número de mamadas deve variar em torno de três ao dia, no máximo”, explica Rachel. E complementa: “Em relação à quantidade, o ideal é oferecer o quanto a criança quiser, nem mais, nem menos. A criança tem o que a gente chama de autorregulação da fome, do apetite e da saciedade. A criança sabe o quanto ela precisa comer de alimentos naturais.”

Ao final da live, as especialistas responderam com ‘verdade’ ou ‘mentira’ às questões levantadas pela mediadora com base em crenças populares, por exemplo, que a salsicha é um ótimo alimento para as crianças. Cecilia respondeu:Mentira! Se a gente olhar a lista de ingredientes de uma salsicha, definitivamente ali tem de tudo, menos comida, aquela que, como bem disse a Rachel, é comida de verdade, comida da panela, que a gente sabe exatamente como foi feita. Não tem como fazer uma salsicha em casa, então, ela não é um alimento que a gente possa colocar na nossa alimentação e ela não é um tipo de carne”, concluiu.

Confira, no link, a íntegra da live “Verdades e mitos sobre alimentação na primeira infância”, realizada em parceira com as empresas Ecolab, Lear, O-I, P&G, Phoenix Tower do Brasil e 3M e apoio do movimento Põe no Rótulo. A live encerra o ano de 2020 do programa Crescer Aprendendo, que retorna em 2021 com novas iniciativas: https://www.youtube.com/watch?v=xwfw1anEab0